terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Dúvida Para-Existencial

O Ministro demitiu-se, ou foi demitido.
Agora é que não percebo mesmo nada.
Ele não estava a cumprir primorosamente aquilo com o que se comprometeu, e que levou a que o indigitassem para o cargo? Não foi suficientemente longe?
Tive alucinações, ou ele fez apenas e só aquilo que desde o início disse que faria?
Porquê o despedimento? Por competência excessiva? Excesso de zelo? Cumprimento desavergonhado do prometido?
Ou alguém acredita que os QI's dos nossos governantes andam pelas ruas da amargura, e que ninguém se apercebeu daquilo que foi claramente assumido, desde sempre, por Correia de Campos?
Bom, deixemo-nos de sarcasmos, todos o que têm ainda uma réstia de inteligência sabem o que significa esta "exoneração".
Um balão de oxigénio.
Sim senhor, ele fez o que lhe competia. Vem outra para o lugar, dar continuidade, com maior ou menor cosmética.
Ele foi, pois, apenas vítima do desgaste mediático, que qualquer Ministro da Saúde que ponha em prática a política vigente para o sector dos últimos 4 governos, irremediavelmente, sofre. Foi vítima da não assunção envergonhada desta política por aqueles que a põem sucessivamente em prática. Porque ela é difícil de assumir, prejudica muito a contagem final dos votos.
É mais fácil fazer de conta que se quer manter um SNS de qualidade e prometer ao mesmo tempo colossal abate do défice, do que se calhar confessar que uma coisa é exclusiva da outra. Ou talvez até nem seja, mas já nem vou por aí....
Faça-se pois justiça a Correia de Campos: ele nunca foi hipócrita nos seus intentos.
Essa hipocrisia é mesmo apanágio dos que se regem pelas sondagens para serem sucessivamente eleitos, exoneram ao sabor das mesmas e escondem que, no fundo, é mesmo tudo para continuar a evoluir na mesma.
E neste cenário, Correia de Campos até acaba por parecer heróico.

1 comentário:

Unknown disse...

A minha questão é se melhorar significa fechar.
É compreensível que uma maternidade não possa funcionar com um ou dois obstetras e sem pediatras por exemplo. Compreende-se de tão óbvio. Mas não há alternativas?

Neste país fazem-se coisa que não lembra ao diabo. Exemplo é dizerem que há falta de médicos e para combater o fenómeno não se forma mais médicos contratam-se de fora. Os de fora podem ter entrado nas suas faculdades com 14 valores, não é de todo importante! O importante é que aqui ninguém pode entrar com menos de 18 valores (com as excepções que temos das vagas para os PALOP etc.).

Bem, irrito-me e misturo saúde com educação. Mas uma coisa leva à outra...