sábado, 16 de junho de 2012

Mas Que Raio...


Só há uma explicação possível para isto. O homem diverte-se com o seu novo papel de mete-nojo oficial do Ministério da Saúde!

Poderia aqui dissertar sobre o "grande grupo de portugueses privilegiados que não querem trabalhar", e explicar, para o caso de algum demente aqui passar para ler estas linhas, que não, ninguém me "privilegiou" com este curso, esta especialidade e este emprego que tenho, que tive que estar entre os melhores do liceu nas diversas provas requeridas para entrar na Universidade onde fiz o curso, que tive que trabalhar dias, noites e supostas férias para concluir com sucesso os seis anos do mesmo, sustentado a custo pelos meus pais, que tive que estudar dias, noites e aproveitar bem o tempo que medeia entre os dois para fazer o exame de acesso à Especialidade e escolher a que queria onde queria, que tive que trabalhar nunca menos de 54 horas semanais OBRIGADO por lei (porque nunca quis fazer estas horas que, afinal, agora me dizem sempre foram "extraordinárias") e pelas minhas chefias durante os 7 anos de internato (somados os dois), e que sim senhor, tenho um emprego e um contrato com o meu Hospital, mas cujo salário já foi unilateralmente revisto para -10% há um ano e outros -15% neste, mas que infelizmente me obrigam a cumprir um determinado horário e um conjunto de obrigações, e que, salvo distração extrema da minha parte, desempenho um papel relevante a salvar vidas na chafarica onde me arrasto diariamente.

Mas não quero dissertar sobre isso, porque isso não é concerteza o objectivo da ameba. A ameba, a pronunciar-se desta forma na comunicação social, pretende, única e exclusivamente, despertar nos muitos portugueses que não são "privilegiados" e que até "queriam trabalhar" um sentimento de empatia com as várias medidas atentatórias contra a classe médica, como se a situação de menor privilégio destes não fosse o resultado do trabalho de uma manada numerosa e mais ou menos organizada de bovinos partidocratas aparentados a ele, e aos quais ele tão boa sucessão oferece, contribuindo decisivamente para fazer ruir o que ainda se ia sustentando em matéria de Serviço Público com qualidade à população. Ou seja, ele no fundo não apenas pretende engrossar o grupo de menos privilegiados e de aspirantes a emprego precário, como ainda o quer fazer com as invejosas palmas dos que já pertencem ao clube.

Ele não diz honestamente que os "privilegiados que não querem trabalhar" até aceitaram, fazendo eventualmente demasiado poucas ondas, a revisão dos seus salários na proporção que referi (e que corresponde, sem contar com os impostos "menos directos", aos tais -25% em 12 meses), sem que os encargos com os quais aqueles se tinham comprometido nas suas vidas (sim, porque eles também têm vidas) fossem revistos nas mesmas proporções (os pobres coitados se calhar acreditaram ingenuamente que os contratos de trabalho celebrados com o Estado eram vinculativos...). Ele não diz honestamente que quer acabar (já acabou?) com a hierarquização dos profissionais de saúde em causa, e assim com toda e qualquer veleidade de estratificação meritocrática no sector, bem como da possibilidade de responsabilização directa pela melhoria dos cuidados (chamem-lhe "carreira", ou outra coisa qualquer menos ideologicamente cristalizada), iniciando pela primeira vez no sector um mega-processo de contratação "pelo menor preço", sem qualquer outro critério de qualidade. Ele não diz honestamente que fomenta um política de sobredimensionamento dos profissionais do sector, através da muito populista defesa do acesso "de todos os jovens que o queiram" ao curso de Medicina, tendo por objectivo único, já que não oferece actualmente trabalho aos especialistas que já existem (não se cansando de dizer que não há falta de médicos, mas sim de organização), o de proporcionar uma forma de desemprego certo a milhares de jovens, que assim andam entretidos durante uns bons tempos entre faculdade e internatos, para acabarem num desemprego ou emprego precário "de sonho", ou atirados para o estrageiro para não darem por desperdiçada a primeira metade das suas vidas úteis.

Ele no fundo não diz, e neste país do jornalismo do faz de conta ninguém lhe pergunta também, aquilo que só poderia dizer se não tivesse a preocupação permanente de lavrar este campo à sua maneira, fingindo perante os eleitores que o está a semear: que quer mudar o paradigma do SNS, mantendo-o público em versão low-cost para aqueles que não puderem pagar para ter acesso aos melhores profissionais nos privados, passando estes últimos a ser beneficiários de todos os que podem investir em alguma qualidade de atendimento, em sítios onde vão contratar com base em competência; claro que que ele também serve estes últimos proporcionando-lhes, com estas políticas, um número enorme de profissionais no desemprego, tornando-os "mais baratos". Não lhe faltam enfermeiros nessas condições, com os resultados que tão bem se podem contemplar nos dias que correm (propostas de trabalho a 3 euros/h), e a médio prazo não lhe faltarão médicos também. Menos reivindicativos, menos exigentes, mais submetidos ao patrão (Estado ou privado) e menos ao doente.

Isto faz deste homenzinho um hipócrita, um reles e cínico demagogo.
Que se intitula "médico", o que só confirma a propriedade das premissas inaugurais deste blog, que sempre pugnou pela separação entre o título ostentado e a prática exercida. E que se mantém.


Conto com o acaso, apenas por (infeliz) total ausência de fé no divino, para proporcionar a este senhor o que merece ainda em vida. Porque ele até mereceria. Bem sabendo que o acaso, infelizmente, joga contra mim e meus semelhantes, e a favor destes espécimens políticos e os que gravitam à volta deles (e que são tantos...), nestas sociedades moral e ideologicamente doentes como a nossa, e que teimam em não recriar um autoclismo para tudo isto que se vai acumulando até à estratosfera das nossas paciências.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Fernando Leal da Costa


Não me vou alargar sobre considerações pessoais sobre este senhor, que conheço de vista dos tempos em que fazia Hemato-Oncologia no IPO de Lisboa, e do qual não me ficou nenhuma impressão particular.

Vou falar antes sobre coisas concretas, como por exemplo algumas declarações da criatura política (que podem ser lidas aqui). Por exemplo: "A Ordem dos Médicos não deve ser corporativa e tentar diminuir o acesso dos jovens ao ensino da Medicina e dos jovens médicos às especialidades"; e ainda esta: "Queremos é que não haja nenhum corporativismo que encerre a profissão ao exterior", disse, sublinhando que, nesse sentido, o Governo tem vindo a aumentar os ‘numeros clausus’. "Não vamos consentir que eles sejam artificialmente encerrados", acrescentando que "o interesse nacional está acima do interesse corporativo".

Costuma-se dizer que o povo não se deixa enganar por políticos, e estou certo que a "guerra" mediática entre médicos e Ministério da Saúde (e derivados) não está a ser perdida pelos primeiros por mérito dos segundos. O problema é que também poucos acreditam, resultado de anos de propaganda negativa e de variadíssimos tiros nos próprios pés, em médicos, no sentido lato.

A imagem ficou, o preconceito está enraizado e vai ser difícil de apagar: as pessoas consideram os médicos uma classe priviligiada, corporativa, abastada, quando não desonesta, cínica, pedante e mercenária. Vários posts antigos versam sobre diversos aspectos destes. Poucos, hoje em dia, classificariam a profissão com adjectivos como "de excelência", "nobre", "altruista", e os médicos de "distintamente inteligentes e esforçados". O corporativismo é porém uma miragem, numa classe essencialmente desunida e clivada por regimes de trabalho diferentes (que resultam em remunerações díspares por trabalho semelhante, e que variam do oito ao oitenta), interesses diversos (público, privado, misto) e pensamento maioritariamente individual ou individualista, e só muito raramente colectivo.

O resultado disso é uma satisfação popular generalizada sempre que se "bate nos médicos". Um governante que o faça (como este, calculo, ainda que seja "médico") é tido como "corajoso", um governo (como quase todos neste século) que faça apanágio disso é considerado uma variante de Maria da Fonte de pá em mãos, contra uma espécie de máfia organizada e pérfida. De nada interessa ao povo que disso resulte que a sua saúde esteja cada mais nas mãos do "Pai Estado", e cada vez menos na pessoa que está à frente dela no consultório. Há quem lhe chame mesquinhez e inveja, por várias ilusões de bem-estar que nós não temos, e também com algumas bem reais vantagens que se vão deixando de verificar, estando à cabeça uma suposta "garantia de emprego".

E porque é que essa "garantia" é importante, neste sector em particular, no modelo actual estatizado de prestação de cuidados de saúde? Porque, entre outras coisas, não é crível que existam muitos interessados em passar os melhores anos da vida a marrar em suas casas, a concorrer com os melhores para aceder a uma vaga na Universidade, a marrar durante 6 anos de um curso extremamente exigente e desgastante, a trabalhar depois outros 6-8 anos a tirar especialidades no mesmo regime de exigência, a fazer depois sub-especializações e pós-graduações diversas, numa profissão cuja responsabilidade é enorme, se não for tendo por objectivo algum conforto remuneratório e alguma tranquilidade em termos de garantia de trabalho (ou vá lá, que exista pelo menos a possibilidade de "Mercado").
Isto sob pena de se tornar numa profissão muito pouco aliciante, por ser demasiado trabalhosa e custosa de concluir, em troca de muito pouco ou nada comparativamente com outras. O que a prazo se vai repercutir invariavelmente na qualidade dos serviços prestados. Quando deixam de ser os melhores a procurar um sector para nele trabalharem (e os melhores vão deixar, seguramente, de estar interessados nessas condições que se estão a proporcionar à classe), a qualidade desse sector descresce, sem apelo nem agravo.

Lamentavelmente, não se acautelou historicamente uma carência de médicos que se verificou entre 1995-2010. Foi má gestão do Estado, que deveria, depois da formação maciça de médicos nos anos peri-25 de Abril, gerir melhor as vagas no Ensino Superior, por forma a termos sempre médicos portugueses em número suficiente para assegurar os cuidados de saúde do país. Isto descambou na situação patética de termos que importar médicos estrangeiros para suprir necessidades essenciais dos serviços, enquanto estudantes portugueses emigravam para ser formarem em Medicina. Entretanto fez-se, tarde mas bem, um estudo para precaver futuras necessidades em recursos humanos no sector, por forma a não se repetir semelhante palhaçada. Cujas indicações, à boa maneira portuguesa (quanto terá custado o estudo?), não foram nunca seguidas, ultrapassando-se sistematicamente as reais necessidades de alunos, numa política cujo único objectivo é fragilizar a classe profissional através da geração de desemprego médico, permitindo desta forma negociar trabalho precário e salários infames com as gerações futuras (e que são as que actualmente estão nas Universidades).

O que me traz de volta à referida criatura careca, e que é tema deste post. É muito popular dizer-se que "os jovens" devem ter acesso a tudo o que querem, nomeadamente neste caso à sua pretendida "vaguinha" de Medicina, assim a modos que oferecida com os cumprimentos do Secretário de Estado, através de um esticar até onde ele conseguir dos "numerus clausus", sobretudo se se acrescentar como ele fez que se vai proporcionar isso "contra os interesses corporativos" dos malandros do costume. E "a bem do interesse Nacional", remata muito bem a coisa.
O que este cínico não diz é o que espera estes jovens, aos quais está a proporcionar este sonho, e que vai desembocar directamente para uma política que os pretende atirar a trabalho precário intra-muros ou à emigração.
O que este hipócrita não refere é que hoje, portanto com os numerus clausus de há doze anos atrás (pois quando se tomam medidas a nível da entrada para as Universidades, os resultados vêem-se na saída dos especialistas uma dúzia de anos depois), e que eram bastante mais parcos que os actuais, já não estão a fazer contratos aos especialistas que terminam os seus internatos da especialidade, propondo-lhes antes fazer horas contratualizadas a empresas para os quais os estão a empurrar, sem qualquer outro critério de elegibilidade que não seja a de contratarem aquele que fizer determinado trabalho pelo menor preço.
O que tem a dizer este careca hipócrita e cínico a estes jovens, agora sinceramente, relativamente ao que os espera? Com o superavit de saída de médicos que vai haver nos doze anos que vai durar a sua formação? Se hoje começam a ser especialistas demais para as necessidades, e todos os anos na próxima década vão continuar a sair cada vez mais das Universidades e internatos, quais são as perspectivas que ele tem para oferecer aos seus aparentemente tão acarinhados "jovens", a quem hoje promete a "vaguinha" contra os malandros que depois lhes vão ocupar os postos de trabalho que eles não vão ter à sua disposição? E que salário? Que emprego?

Já agora, excelentíssimo Senhor Secretário de Estado, onde é que sua Excelência vai estar nessa altura? Em que cargo de que empresa pública, ou subsidiária directa do Estado, ou de algum interesse que hoje está promiscua e cinicamente a defender?
Onde vai estar, só para esses jovens, que hoje tanto acarinha, saberem então onde o procurar?

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O mais certo dos Aforismos


   






          "Isto vai acabar mal"

terça-feira, 5 de junho de 2012

A Bandalheira


Isto está a ficar bonito....

Uns teimavam obstinadamente em "adivinhar" quais as marcas de remédios cujos princípios activos funcionariam, deixando o manto da promiscuidade com a indústria farmacêutica assentar definitivamente na sua classe. Outros dizem agora que são farmacêuticos que se devem entregar aos exercícios de adivinhação (e sujeitar-se ao assédio da Indústria?). Ao mesmo tempo que acrescentam que, afinal, muitos destes remédios não prestam mesmo para nada, e que o Infarmed não consegue assegurar esse garante mínimo de qualidade do que nos podem vender nas farmácias.

Uns abandalharam as suas especialidades, admitindo tiques que o resto do mundo acha obviamente inadmissíveis, como o flagrante dersrespeito de horários, ou vícios de actuação impróprios da legis artis, como o inconcebível número de cesarianas que se verificam em Portugal. Outros agora põem em risco o funcionamento de serviços e a segurança de doentes, pretendendo cortar a direito com a necessária flexibilidade e disponibilidade de médicos através do uso de pontómetros, sem o necessário reforço hercúleo e provavelmente incomportável em meios humanos dos serviços. Ou ainda outros ousam ignorar o incremento de morbi-mortalidade perinatal e obstétrica associadas aos partos extra-hospitalares e sem os profissionais mais qualificados possíveis à disposição, num retrocesso digno daquelas criaturas que deixaram de acreditar na vacinação para protecção dos seus filhos de infecções evitáveis.

Uns abusaram da inconcebível penúria de médicos que se verificou por não se ter acautelado devidamente os numerus clausus em tempo devido, fazendo contratos milionários, que não eram precários porque imprescindíveis, ou aproveitaram infames medidas eleitoralistas para combates de listas de espera como os inomináveis SIGIC's, que demonstraram sobretudo que a ganância faz mover montanhas, e que a falta de pundonor e a preguiça grassam em sectores demasiados no seio da classe, sendo inclusive premiados. Outros agora, apesar da existência de estudos com qualidade para se precaver nova situação semelhante quanto às necessidades de meios humanos no sector para os próximos anos, não se fazem rogados e fazem tábua raza dos mesmos, admitindo overdose de licenciaturas no sector, tendo em vista a futura precarização do trabalho, que permitirá um dumping de salários a médio prazo, empurrando alguns dos melhores elementos das nossas escolas para o desemprego, para a classe média-baixa, para os privados ou para o exílio em países que optam por não desperdiçar meios em cursos caros sem saída, preferindo contratar os elementos que fazem funcionar os seus serviços de saúde a países como o nosso, onde é sabido que estimulamos a existência de porteiros com licenciatura e, pelo visto, treino em reanimação, capacidade diagnóstica e terapêutica.

Uns encostaram-se a leis laborais caducas, ideologicamente emperradas por ideários revolucionários que tudo pareciam justificar, e fizeram jus de passar os anos a chular o Estado arrastando as suas inúteis carcaças pelos hospitais sem nada fazerem de útil que justificasse os seus salários, protegidos por "Carreiras" pouco meritocráticas e "progressões automáticas" até à estratosfera dos limites da paciência (e dos bolsos) humana. Outros agora têm o descaramento de fazer concursos públicos, para contratação de profissionais médicos para o SNS, cujo principal critério é o "mais baixo preço/hora". Não a competência, o currículo, a experiência, os anos de serviço, a aptidão para o lugar pretendido. Nada disso. O critério, emanado de uma empresa de contratação, a mando do Ministério da Saúde, é a preferência por aquele que cobrar menos por cada hora de trabalho, ou aquele que se comprometer a ver "mais doentes" no espaço de tempo mais curto (um de 15 em 15 minutos, para ser mais preciso).

Anda tudo doido, e infelizmente não há imaculados nem inocentes nesta matéria. Facilitaria que houvesse, mas não há. Não se pode dizer que "dantes é que era bom", ainda que tal não justifique que se passe a ficar pior ainda, e a muito curto prazo.

É a segurança dos doentes e a universalidade de uma SNS COM QUALIDADE que está em risco. E sublinhei "com qualidade", porque estes governantes maliciosos, besuntados até ao tutano por interesses de quem quer lucrar com este sector, nunca vão dizer que querem acabar com o SNS. Vão dizer que querem "poupar". E que querem poupar "com médicos", o que nos dias que correm até dá votos. E estão de facto a fazê-lo, mas às custas da qualidade. Os hospitais públicos vão ficar progressivamente espremidos dos seus melhores profissionais, que migrarão naturalmente para locais (privados ou estrangeiro) onde premeiem a competência com salários condizentes, e irão secar, apesar de garantidamente bem cheios de uma horda de tarefeiros indiferenciados dispostos a trabalhar quase de borla, por não lhes ser reconhecida competência para os mais altos vôos. Para se ter um certo nível de Medicina vai começar a ser preciso pagar, e a recorrer aos privados. Quem não puder pagar contentar-se-á com o resultado a que esta política vai irremediavelmente conduzir o SNS. O que receio bem vá ser muito pouco, ou demasiado mau.

Acredito, apesar das inúmeras vicissitudes que me levam tantas vezes a criticar de forma mais ou menos mordaz algumas facções da minha "Classe" (aquelas que, no fundo, têm muito pouca classe), e que são facções cínicas, incompetentes, e não merecedoras da profissão que exercem e do salário que ganham (uma vez que parte do bolso de todos nós, no actual sistema em agonia), acredito dizia eu que apesar de tudo isso, há uma maioria de médicos silenciosos, briosos, trabalhadores, competentes e geradores de uma saúde de excelente qualidade para a população portuguesa, como acabam por demonstrar diversos indicadores de saúde devidamente validados, e como poderão testemunhar aqueles que, infelizmente, mais acabam por precisar de cuidados de saúde (não tenho disso dúvida alguma). Não há serviços de excelência em todo o lado, mas há seguramente muitos serviços de excelência espalhados por esse país fora. Não estamos povoados em exclusividade com médicos dignos desse nome, mas há concerteza imensos médicos, uma maioria, que faz tudo pelos seus doentes, e que o faz bem, de acordo com o que de melhor se sabe a nível mundial nesta Ciência.

O futuro da Medicina em Portugal tem que passar por eles, pela sua valorização, para garante da Universalidade de cuidados com qualidade aos portugueses. E até precisa da sua indispensável contribuição directa nas decisões para racionalizar o que é possível em tempos de contenção, sem comprometer o essencial na saúde da população.

Só espero é que as pessoas consigam percebê-lo, antes que seja demasiado tarde. A começar pelos médicos.