segunda-feira, 13 de junho de 2011

No outro Dia... (III)


Ficou claro que suicídio "por omissão" é algo aceite por todos. Também era o que faltava, pegarmos na mulher, cortarmos-lhe a perna e cateterizarmos-lhe o pescoço conectando-a a uma máquina de diálise contra a vontade dela.... Mas se calhar já estivemos mais longe (ou melhor, ainda não estaremos suficientemente longe?) desta realidade.


Ficou claro que a eutanásia, ainda que num caso de prognóstico fechado e irreversível, com a nuance desse prognóstico ser consequência de uma decisão consciente da doente, logo uma certa forma de "suicídio assistido", não é bem vista neste caso, não havendo direito a paliação da dor e do sofrimento como em casos similares em que a morte não é "opcional", de acordo com o entendimento de alguns.


No fundo, é a diferença entre a morte "natural" e a morte "suicidária".
É morte igual, só que uma é porque calha, enquanto que outra é por opção consciente (mais ou menos "legítima", mas nem quero ir por aí...).
A primeira, pela sua índole involuntária, é bem vista, e já nos vai comovendo a todos na paliação eficaz.
A segunda ainda desperta em alguns de nós uma espécie de sentimento de "sofrimento merecido", confundido-se "morte voluntária" (ainda que, neste caso, por omissão de tratamento) com "sofrimento voluntário".


Curiosidades interpretativas da natureza humana, para reflexão....

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