sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Isabel Vaz


“Isabel Vaz aponta a vantagem da nova PPP de Loures: “o Dr. Vítor Gaspar inscreveu uma verba no Orçamento, que é exactamente quanto lhe vai custar”.
O novo Hospital de Loures – a primeira Parceria Público-Privada do grupo Espírito Santo Saúde – abre portas a 19 de Janeiro. Este foi o mote para uma conversa com a presidente do Espírito Santo Saúde, Isabel Vaz sobre a reorganização do parque hospitalar de Lisboa, sobre os riscos das PPP e sobre o contexto actual da Saúde, sem esquecer a invariável discussão sobre o papel dos privados: “É por essa mentalidade, do medo do lucro, quando o lucro é o que faz a sociedade andar, que continuamos um país atrasado”, defende.
Fala-se que anda a contratar médicos com propostas irrecusáveis e ordenados milionários, numa altura em que os médicos do SNS vão sofrer cortes nas remunerações. É verdade? 
Primeiro ponto: o hospital de Loures é público. Todos os médicos que vêm trabalhar para Loures vêm fazer serviço público. Segundo, nós comprometemo-nos com o Estado a fazer mais barato do que aquilo que o Estado consegue fazer. Não consigo perceber o que as pessoas querem dizer com propostas irrecusáveis. Estamos a pagar aquilo que no nosso país, com o contracto que temos, nos é permitido. Temos uma grande vantagem em relação aos nossos colegas, é que Loures é um hospital de raiz e como tal estamos a escolher as equipas. Ou seja, não tenho que subsidiar médicos, enfermeiros, auxiliares, que não querem trabalhar, e que não contribuem para o sucesso das organizações. Não tenho que conviver com funcionários que não produzem aquilo que deviam produzir, com a qualidade que deviam prestar.
O Hospital de Loures é a primeira PPP do Espírito Santo Saúde. Haverá diferenças na gestão entre os hospitais do grupo ESS e Loures? 
As diferenças vêm da estrutura de financiamento do hospital. Ou seja, as seguradoras, os financiadores privados trabalham hoje com uma estruturação completamente diferente daquilo que são os hospitais públicos. No terreno o que é importante é tratar os doentes exactamente da mesma forma.
Mas numa PPP o risco é maior?
É muito maior. Nas PPP o Estado passa para os privados uma quantidade total de riscos.Posso dizer-lhe que desde a nossa proposta o IVA aumentou de 19 para 23%. É um risco nosso. Quando fizemos a proposta ao Estado o mundo era um, agora é outro. Os ‘spreads’ tiveram aumentos violentíssimos e o acesso ao crédito na banca faz-se em condições completamente diferentes. E tudo isso foi assumido pelo sector privado. O Dr. Vítor Gaspar inscreveu uma verba no Orçamento, que é exactamente quanto lhe vai custar.
Mas nas PPP não há o risco da quebra da procura.
Nesse aspecto, dentro do Serviço Nacional de Saúde, não há o que é no fundo o risco-mor do sector privado que é o de os doentes não nos escolherem.”

Esta entrevista é um hino à meritocracia, e um atestado de disfuncionalidade e incompetência das instâncias públicas que regem o SNS.
A Dra Isabel Vaz propõe-se fazer aquilo que o governo faria por 100, cobrando ao Estado apenas 90. Cobrando 90 ao Estado, ela ainda vai dar 10 de lucro aos privados que serve. Ou seja, vai fazer por 80 aquilo que o Estado faria por 100, e vai fazê-lo melhor. Porque tem melhores condições físicas, estruturas melhor pensadas, produtividade optimizada. E, sobretudo, porque tem melhores profissionais ao seu serviço. Porque paga melhor, apesar de ter 80 ao invés dos 100 das entidades públicas homólogas para distribuir.
A Dra Isabel Vaz, sei-o de fontes que lhe dão serventia, só encontra paralelo à sua generosidade para com quem trabalha bem, na sua intolerância para as abéculas inúteis que por cá proliferam, e que pelos vistos nem ela consegue filtrar a 100%. E a generosidade traduz-se em flexibilidade nos horários de trabalho (os serviços existem para servir eficazmente o público, e são flexíveis, sempre em torno desse único objectivo, não havendo medidas autistas de "pôr dedos" e de horários rígidos onde o que se pretende é 100% de funcionalidade), em incentivos pela boa produtividade, adaptada a cada especialidade, e em bons salários base, em boas condições de trabalho, em boas condições de descanso e lazer sempre que esse é possível (sem haver "tabus" de estar alguém numa dada altura "sem fazer nada", desde que o seu serviço esteja bem assegurado e a disponibilidade seja total).
A Dra Isabel Vaz não corta a direito. A Dra Isabel Vaz discrimina! E a discriminação da Dra reflecte-se muito positivamente nos que trabalham bem, sendo desagradável a todos os outros.
Valha aos primeiros a Dra Isabel Vaz, esta ilhota de sanidade deste país esquizofrénico. Para os outros resta sempre o SNS....

1 comentário:

Anónimo disse...

De todos os que conheço e que lá trabalham....só oiço falar de exploração!!!!!