Ou cigarro electrónico.
A revolução, acreditem, está mesmo a chegar, e se eu tivesse dinheiro de sobra, comprava acções de algumas destas empresas.
Lentamente, os fumadores têm vindo a ser empurrados para a rua, e não apetecendo nada parar de fumar à maioria deles, também não lhes agrada a nova condição de terem que se incomodar para poder satisfazer o seu amado vício. Nem que seja só pelo tal incómodo, a todos passou pela cabeça que, se não fosse tão difícil, até valeria a pena parar de fumar só para não ter que continuar nesse ciclo de ficar "esganadinho" por um cigarro até não aguentar mais, descer não sei quantos andares para fumar um cigarro à pressa, quando não são logo dois de enfiada (para a viagem, e nicotinemia adequada durante mais tempo), com repetição do circo até chegar ao carro ou a casa, onde apenas temos que lidar com os nossos filhos proto-fascistas e a nossa impaciente esposa de narinas sensíveis e a palavra "cancro" na ponta da língua. Ou interromper uma refeição, ou aguentar horas a fio entre aeroportos e aviões, por aí fora.
Enfim, um calvário em crescendo logarítmico de há uns anos a esta parte.
Zyban? Se a ideia é não ficar deprimido, o melhor é mesmo continuar a fumar....
Champix? Se a ideia é ficar nauseado, o melhor continua a ser não largar o tabaco (e largar o Champix!).
Não havia soluções mágicas... até os e-cig's!
Consiste o "device" numa bateria (carregável numa tomada de electricidade qualquer) que vaporiza um líquido que contém diferentes concentrações pré-determinadas (à escolha do freguês) de nicotina num recipiente (a "fazer de" filtro), e que tem a forma vaga de um cigarro. Até tem uma ponta com luzinha de côr à escolha, a fingir ser a ponta incandescente de um cigarro. Ou seja, deixa-se de inalar fumo com nicotina, e passa-se a inalar vapor de nicotina.
Como em princípio estamos viciados é na nicotina e não no fumo, e como em princípio o fumo é que faz mal aos fumadores e não a nicotina, julgo ter-se descoberto a galinha dos ovos de ouro!
Eu experimentei, e garanto-vos que não tendo qualquer recente tendência masoquista nem vontade de deixar este belo vício, praticamente deixei de fumar e passei a "vaporizar, quase em exclusivo.
Na minha condição de ex-fumador e recém-vaporizador, confesso-vos a total ausência dos efeitos nocivos da cessação tabágica (e que não toleraria à partida), mantendo-me calmo, sorridente, paciente (ou pelo menos não pior do que era nessas virtudes que nunca foram propriamente as minhas), até mais satisfeito ainda do que estava enquanto fumador.
Isto porque, desde que sou um "vaporizador", posso vaporizar onde me apetece!
No gabinete médico, no bar do Hospital, junto dos doentes, no gabinete da consulta, no carro com as crianças e os vidros fechados (o que dá um jeitaço quando chove), no avião, no aeroporto, na casa de banho, na cama! E ninguém se queixa, não deita cheiro (podendo inclusive escolher-se um aroma agradável no tal líquido, daqueles que as pessoas até comentam que aquilo que estamos a vaporizar cheira bem!), e a nicotinemia lá vai andando concerteza em níveis adequados à nossa sanidade mental. Não se queima roupa, não se fica com mau hálito, dão-se as passas que são precisas (e não apenas as que cabem no comprimento de um cigarro).
Os que tossem melhoram e deixam de tossir, a capacidade pulmonar melhora.
Ou seja, estou rendido, e aconselho vivamente.
É que além dos inequívocos benefícios em não-maleficiência pulmonar, neoplásica e até cardio-vascular, ainda fica por uma pequena fracção do custo que se vem tendo com o obscenamente taxado tabaco, recuperando-se o investimento inicial em poucas semanas, e poupando-se muitas centenas de euros logo no final do primeiro ano.
Há empresas chinesas, americanas e europeias à escolha, é só pôr "e cig" no google, navegar e dar uso à conta no PayPal.
E, já agora, há ainda e-cigars e até e-pipes!
Os árabes já tinham inventado há muitos anos uma coisa parecida, aqueles cachimbos de água a que chamam "chicha". Isto dispensa porém o carvão ou o fogo, e, pormenor fundamental: tem nicotina (e pode ter mesmo muita nicotina!).
Experimentem, vão ver que não se vão arrepender!
Deixem de fumar passando a vaporizar, continuando a nicotinizar-se. E, pormenor fundamental, tal como foi outrora e já não é hoje, nicotinizar-se ao ritmo que bem entendem, sem complexos de culpa incutidos por estes milhentos de amostras mussolínicas de ridículos proxenetas da saúde pública, que por aí (e cada vez mais) proliferam.
Confesso que alimento o secreto desejo de ver quais serão as reacções dos nossos estadistas se aderirmos a isto em massa. O que eles irão fazer sem os nossos milhões, com os quais eles tanto contam para os seus desvarios orçamentais. Irão suspender as medidas de perseguição (a ver se o pessoal larga o vapor e volta ao tabaco)? Irão fazer-se campanhas a favor do tabaco (ou, hipótese de longe mais provável: contra o "vapor")? O que irão eles taxar agora, e com que desculpa?
E o melhor de tudo é que vamos morrer na mesma, e as nossas doenças (que também vamos ter, como qualquer não-fumador), vai sair na mesma do orçamento de Estado para a saúde, e não vai ser mais barato do que o cancro que teríamos com o tabaco. E tudo isso sem sermos acusados de arruinarmos o cadavérico SNS! Nem de matarmos os vaporizadores-passivos mais histriónicos, os tais que condenando vivamente o nosso (anterior) vício tabágico teimavam em não abdicar da nossa companhia em lugares públicos, a não ser que a troco de nos expulsar dos mesmos. Nem que para isso tivessem que tentar provar que o tabagismo passivo mata mais criancinhas em África que a fome, a falta de cuidados de higiene e médicos básicos e os microorganismos. E logo, no resto do mundo.
Bem.... Os gordos e os sedentários que se vão pondo a pau!
1 comentário:
É, o cigarro electrónico veio melhorar a vida de muito fumador.
Enviar um comentário