quarta-feira, 11 de julho de 2012

Boquinhas Espremidinhas pela Doutorice


Muitas vezes usei esta expressão "Garretiana" para criticar gente com a minha profissão, num problema transversal a esta sociedade provinciana e complexada, e que leva a tristes traduções como no "caso-Relvas", ou como no um pouco mais antigo "caso-Sócrates".

Patetas, é o que são estas pessoas, que não conseguem conceber ser bons no que fazem sem terem uma espécie de canudo decorativo a apoiar, por mais distanciados que estejam da utilidade do mesmo (e, logo, sem a noção que o que interessaria no "canudo" seria a mais valia que a sua obtensão traria), e por mais ilícita que a sua atribuição seja, à luz de todos os que precisam de se esforçar para adquirir as reais competências que o canudo supostamente traduz (já agora: essas pseudo-universidades ainda funcionam? Os reitores, outros responsáveis entre os quais os "professores" coniventes com a palhaçada, onde andarão todos?).

Para além destes, há evidentemente gente com canudo (dos "bons") e que não se distingue profissionalmente, pois apesar de devidamente munido com as "armas", não tem depois o brio, a honestidade, a moralidade ou outro atributo qualquer para o correcto desempenho da mesma.
E há ainda outros, que sem canudo algum conseguem distinguir-se até à estratosfera (porque não pegar no exemplo extremo de Cristiano Ronaldo, que não precisa ser doutor em Universidade da treta alguma, para ser um português singularmente distinto no que faz a nível mundial).

Mas depois há esta espécie de gente pelo meio, que julga que com canudo sobe algum degrau na consideração social, como se o canudo quisesse dizer, por si só, alguma coisa. Quando nem trata o problema mais importante desses indivíduos à partida, e que é este defeito de personalidade que os inferioriza perante outros que nem se deviam preocupar em imitar. As consultas de Psiquiatria (ou, vá lá, de Psicologia Clínica) são assim tão mais caras que um curso imaginário de trazer por casa? O preço dos remédios que pudessem ser necessários são assim tão exagerados, quando comparados com a permanente ameaça deste frágil e patético telhado de vidro se estilhaçar? Sobretudo quando se trata de figuras públicas?

O que me leva a este blogger, uma espécie de enfermeiro (os com letra grande são outros, como tantos meus conhecidos, alguns amigos, que não vou inferiorizar comparando-os com esta alma perturbada) com muitas destas doenças "complexas" que refiro mais acima genericamente. Não complexas por serem raras, ou difíceis de diagnosticar, ou sequer (necessariamente) de tratar (ainda que a maior dificuldade nestes casos costume ser que o doente admita que tem doença, como em certos distúrbios aditivos). São complexas tão só porque dizem respeito a estes "complexos" de inferioridade (definição minha), que no caso dele depois se reflectem nesse blog, por sinal muito popular, e que é o espelho do que o anonimato pode fazer à falta de vergonha na cara. E o resultado é o ambiente malsão que se pode ler por lá, escrito por ele (sobretudo) mas também  abundantemente nas caixas de comentários. Um antro de desvirtude, incentivado pelo anfitrião, como só num blog se poderia admitir.

Duvido que alguém identificado ou identificável escrevesse isto, entre tantas outras coisas pelas quais passei os olhos no "histórico", após um amigo meu pouco amigo da minha paciência ter achado que o exercício me iria divertir, dando-me o link que eu desgraçadamente segui. Melhor dizendo, que o escrevesse e depois conseguisse sair à rua no dia seguinte, encarar colegas de trabalho, nomeadamente a massa de gente que acabou de insultar, neste vómito de calúnias e de processos de intenção que confunde com opinião ou "acusação" (não confundir este senhor com um whistleblower, que como disse já há algum tempo atrás, é uma espécie à parte, útil e que deveria ser melhor tratada pelo sistema judicial e institucional em geral).

Bem sei que agora estão a pensar: mas SExa também é anónima! Pois sou, mas ao contrário da criatura referida, assumo tudo o que aqui escrevo, repito-o no meu dia-a-dia, não insulto gratuitamente"classes profissionais" no seu todo com base em casos pontuais derivados de conversas próprias de uma tasca, tendo antes aqui e ali um ou outro alvo bem definido (como este agora), e vários dos meus amigos (médicos, enfermeiros e outros) sabem bem quem é o homem que assina pelo heterónimo "Placebo". Ou seja, a qualquer altura se poderá saber quem sou realmente, e não tenho medo algum desse dia (que provavelmente, diga-se já agora, há de chegar).

Porque o que aqui digo não me envergonha: define-me. O que aquele blogger cheio de recalcamentos pútridos não poderá concerteza dizer, salvo psico-patologia complexa (definição literal desta feita) que seja do meu desconhecimento.

Em dia de greve, gostava de sublinhar para o mentecapto que não foi por auferirem aqueles vencimentos que os médicos fizeram greve. Nem houve médico algum que "furou" greves de enfermeiros, pelo simples facto que só enfermeiros furam greves de enfermeiros, e vice-versa. E que ninguém lhe pede solidariedade, a sua ou a do "povo" (o que na sua concepção prepotente-complexada, deve ser a mesma coisa): há reivindicações (justas ou não), que podem ser compreendidas (mais ou menos) por parte do MS e das outras pessoas, e ponto final. Qual solidariedade? De quem pensa dessa forma inquinada que demonstra em cada linha que escreve por aquele blog abaixo? De tantos outros parecidos com ele? Solidariedade vinda "daí" é que seria motivo de preocupação.

Ninguém tem que calçar os "seus" sapatos. Temos que calçar os nossos, dos médicos, porque é de uma greve de médicos que se trata, pelos seus interesses, que são em muitos pontos (acredite-se, ou não) os do SNS, e da qualidade futura da Medicina no seu seio. Os problemas de enfermagem são outros, concerteza mais graves (resultado do laxismo e incompetência de Sindicatos e Ordem respectivos durante anos, que espero não se repita com os médicos), para os quais espero que existam solucionadores bem mais sãos, realistas e capazes que o referido blogger anónimo. Ou seja, o cu nada tem a ver com as calças (metaforicamente: uma greve nada tem a ver com os problemas de todos os outros).

Quanto à moralidade e à decência, deve existir em Medicina (e é um dos temas preferenciais por aqui, e aos quais mais me dedico por ter algum conhecimento de causa, e onde houve e continua a haver muito a fazer) como em todas as profissões, por mais que esse senhor goste de fazer crer que é problema exclusivo da minha classe profissional (que belo planeta ele habita, tão diferente do meu em que os problemas estão bem mais generalizados, tornando-os muito mais difíceis de resolver). Se ele ao menos falasse do que sabe (ou devia saber).

Por fim, terminava dizendo apenas que, às vezes, o facto de haver cheiro a merda (julgo ser este um calão tolerável, mas desculpem-me desde já os leitores mais sensíveis) não quer dizer necessariamente que ele provenha de algo que nos rodeia. E resolve-se facilmente, com um lenço e uma boa assoadela. Pode também ser preciso lavar os dentes e bochechar com elixir a seguir. Acho que ele devia experimentar....

31 comentários:

Anónimo disse...

Reflita, vai ver que juda “Calçar os mocassins do outro e andar com eles”
Expressão India

Anónimo disse...

...não ter um ministro da saúde médicos, dá para greves... ;)

Anónimo disse...

Ó dr, não fiquei tão chateado, não é um complexo de inferioridade que se trata, é antes de igualdade. Se o tal blogger se sentisse inferior, penso que não falaria sequer, com vergonha ou medo. De resto, também todos savemos quem é (um conhecidíssimo enf diretor), com elevadíssima influência da ordem dos enfermeiros. Podemos mesmo dizer que foi praticamente ele sozinho que conseguiu a eleição dos actuais dirigentes da OE. Já estive em vários onde ele esteve e pareceu-me um pouco um marinho pinto, mas com classe. Acrescento que também não concordo com esta greve médica no atual timming...

Enfº do Norte disse...

boa tarde. visito o seu blog através do "doutor enfermriro”, e percebo em parte as razões do seu sentimento de injúria mas perceba, que após anos e anos de serem constantemente humilhados, mal remunerados e sempre secundarizados, a muitos enfermeiros custa perceber as razões desta vossa greve; dizem que é por não terem lá um compinhcha médico como ministro da saúde; dizem que estão mal habituados a terem tudo nas palminhas; diz-se muita coisa.
Percebo as razões dos meus colegas; não deixo também de entender em parte, as vossas.
Sei de internos, meus amigos, a trabalhar 70 e muitas horas e a levar pouco mais que 1100 euros; sei de médicos que ganham hoje menos 60% do que auferiam há 8 anos atrás. Mas sei das maroscas de outros, dos incentivos absurdos de pontualidade, dos salários absurdamente altos, do abuso do sistema por parte de médicos (não TODOS os médicos).

Não acha quer se estivesse no meu lugar, também nao se sentiria algo insultado, e com pouca paciência? Não enceto guerras com médicos, nada tenho contra eles, mais é com os governantes malditos que permitiram a benesse de uma classe, em detrimento de outras; repare que se os médicos se queixam de serem mal pagos... então e os enfermeiros?? é só isso que peço ao caro colega de trabalho. E se estivesse no lugar dos enfermeiros?

um abraço e grato pela oportunidade. felicidades para o seu blog ; )

Anónimo disse...

Não me vou alongar muito nas palavras porque o tempo despendido não era digno do seu débil talento para discutir. Um conselho, retrate-se.

Cumprimentos,

Enfermeiro

Anónimo disse...

Tenha juízo amigo, olhe que o blogue do DE tem muuuuito peso...

Placebo disse...

Caro Enfº do Norte

O seu comentário é digno de resposta, e por isso tenho a dizer-lhe:
-Não estou habituado a ter tudo nas palminhas;
-Não quero saber de compinchas "da classe", nem tãopouco estou interessado na profissão do MS; diga-se até, relativamente a este MS, que está longe de ser o pior dos últimos anos (décadas?), mas isto será tema para outro post...;
-Sente-se insultado e com pouco paciência, tal como eu e qualquer outro cidadão normal, com as maroscas e os abusos do sistema;
-Como tinha dito no post, obviamente que se estivesse no lugar dos enfermeiros, teria problemas bem maiores que os que tenho hoje.

Julgo é que percebe que isso não dá o direito a ninguém de insultar o todo em nome de algumas/demasiadas ervas daninhas, nem invalida que a maior parte reivindique respeito e direitos, só porque alguns (que, a propósito, não são isolados, combatidos e eliminados do sistema) servem de mau exemplo.
Nem podemos esperar que as vossas pretensões enquanto classe, por mais justas que sejam (e julgo que são), estejam resolvidas para solucionarmos os nossos problemas. Julgo que nem "nós" teríamos nada a ganhar com isso, nem "vocês" têm nada a perder com esse facto. São problemas que têm que ser resolvidos, não obedecendo essa resolução a uma determinada ordem.

Acima de tudo, exige-se respeito, pelo menos até se ter algum motivo concreto para se mudar de patamar. Sobretudo colectivamente falando.

Obrigado pela visita!

Anónimo disse...

Desculpem, mas a maioria dos intervenientes a favor dos médicos são intelectualmente desonestos, porque sabem, que estamos a falar de uma profissão previligiada(até pela essencia da atividade) e melhor remunerada na função publica. Indisctutível, verdade pura. Quem quiser desmentir-me só tem que me dizer quais são outros func. publicos, sem cargos de gestão, que ganham 5 000€, mesmo fazendo 52 horas/semana?
Não quero entrar por outras questões também de previlegio como poderem ser concorrentes do patrao e desviarem clientes do mesmo. É outra discussão.
Depois há uma manipulação jornalistica de fazer corar de vergonha alguem com o minimo de civismo. Vi hoje nalgumas noticias que os utentes estavam solidários com os medicos. Experimentem ir às urgencias ainda hoje ou às farmácias e ouçam o que as pessoas dizem dos medicos grevistas. Todavia não escondo que ainda existe muita gente ideologicamente doente ou anarquista que é sempre a favor das greves e contra o governo, seja ele de cor politica for.
OBS:Continuo curioso para saber quantos atestados serão passados para justificar a ausencia ao trabalho, assim como os que regressaram das Baleares, do sul de frança, do brasil, cabo verde ou porto santo para aderirem à greve.
Quatro questões para os intelectualmente honestos:a etica medica é compativel com a greve? É normal o Bastonario de uma ordem transformar-se no mais dos fanaticos sindicalistas? Num pais resgatado(pediu dinheiro para não passar fome ou entrar em bancarrota), é sensato fazer greve ao trabalho?

Placebo disse...

1º Um Chefe de Serviço (topo de carreira) que faça 54 horas semanais (42h em exclusividade + 12h extra de Urgência) poderá ganhar esse valor, em bruto, se for assim todas as semanas. Mas são poucos os que estão nessa situação, e já relativamente velhos (por força dos anos necessários e escassez de vagas para Chefe de Serviço), pelo que a esmagadora maioria não se enquadra nesse exemplo que dá.

2º Não é caso único na função pública, e a magistratura, por exemplo, com formação bem menos exigente, tem melhor tabela salarial. Não quero isso dizer que não é das profissões melhor pagas. Se o é justamente ou não, vai da opinião de cada um. Também por força disso, foi das que viu o valor do trabalho mais reduzido com os sucessivos cortes na FP.

3º Isso de desviar doentes do patrão é, obviamente, uma situação que urge corrigir (desde sempre...), e a separação entre público e privado deveria ser total, para se acabar com a imoral (isto a meu ver) promiscuidade que se verifica em muitos casos (por mais que alguns se esforcem por manter uma Ética no exercício das funções num e noutro local).

4º A opinião pública dificilmente concorda com as greves dos outros, que tem tanto mais impacto (e esta desta feita teve-o) quanto mais incomoda e altera o normal funcionamento dos serviços. É utópico imaginar-se que uma greve tem "apoio". Quando muito é compreendida. Também duvido que seja o caso. Mas isso não a torna menos legítima, com as leis laborais da actualidade. Claro que o ideal seria ser tudo muito justo à partida, e nunca serem admissíveis greves. Infelizmente, sabe-se que não é assim, e que muitas vezes, quem não chora não mama....

5º Fala de ilegalidades eventuais, que deveriam, a verificar-se, ser denunciadas e punidas (a história dos atestados). Duvido que seja relevante em termos globais da adesão que houve.

6º Quanto às questões: 1) sim, desde que assegurados os serviços mínimos; 2) não, não é comum (se for esse o sentido de normalidade que fala), e parece-me mesmo caso único; 3) a "sensatez" de um país na bancarrota tem muito que se lhe diga, em termos de governantes, e seria tema para não um, mas muitos posts.

Anónimo disse...

O blogue Dr. Enfermeiro começou por ser um espaço de debate sobre os problemas da Enfermagem.
Em momentos eleitorais (para a Ordem dos Enfermeiros) assumiu uma postura de “bota abaixo” de tudo o que contraria a sua linha editorial.

O Sr. Enfermeiro Belmiro Rocha bebeu do próprio veneno. Durante anos, achincalhou as “escolas de vão de escada”. A Visão da semana passada falava em 77! Ora, de todos os candidatos a bastonário (nas últimas eleições), o Germano era seguramente o que tinha as mãos mais “manchadas de sangue”. Na sua lista, encontramos muitos enfermeiros com responsabilidades directas na origem de muitos problemas que estão a afectar a profissão.

Estou totalmente solidário com a greve dos médicos.
Bem sei que vão aproveitar o momento para “ir além” daquilo que seriam as suas aceitáveis reivindicações, mas relembro por exemplo, que esta história dos pagamentos ao preço da uva mijona não é de agora. Nalgumas instituições do Norte do país, enfermeiros eram pagos a 2,5€ à hora, há muito tempo.
O Sr. Germano Couto, então presidente da SRN da OE, nunca abriu a boca sobre isso. No entanto, veio há dias para a comunicação social, mostrar-se preocupado com os 3,96€…

O Sr. Enf. Director do Hospital de Gaia também se esquece que é um “boy” de um partido político. Ou seja, está num cargo não pelo reconhecimento dos seus pares, mas antes pelos compadrios políticos.

Os enfermeiros teimam em não perceber a realidade:
- um médico ganha meio milhão de euros em horas extra ao longo de um ano; não há um enfermeiro que denuncie isso às autoridades competentes?
- um anestesista intervém em 3 ou 4 cirurgias em simultâneo; quantos enfermeiros se recusam pactuar com isso?
- há médicos que tratam mal os doentes ou não cumprem horários; não deveriam os enfermeiros chefes comunicar essas irregularidades a quem de direito?

Quanto ao “Enf. do Norte”: é mais um anjinho que acha que o Bemiro é Deus, e que o Germano é o Jesus Cristo :)

Unknown disse...

Boa noite.


Sou leitor assíduo (seria diário se assim escrevesse :) ) do blogue e costumo apreciar bastante as suas intervenções, não concordando muitas vezes com as suas opiniões ( como é perfeitamente normal em qualquer ser humano) dou-lhe crédito e respeito a sua visão de tolerância e sobriedade porém...

Ao defender esta greve da sua classe profissional está a incluir a defesa de todas as 19 reivindicações ou apenas algumas?

Recordo a 3ª e 5ª ( que podem ser consultadas pelos outros leitores aqui http://simuploads.simedicos.pt/20ee9d5.pdf ) e que passo a citar:

3ª Não aceitam a lacuna legisativa relativamente ao acto médico, a o respeito pela equipa de Saúde e necessária hierarquia de competências.

5ª Só aceitam que as direcções de serviço sejam atribuídas a elementos que sejam Assistentes Graduados Sénior...

Ora eu pergunto... Então e o respeito dos médicos pelos restantes membros da equipa de Saúde, nomeadamente ao quererem legislar um acto médico, que foi chumbado em 2000, quando apresentava a seguinte formulação:

"Artigo 1º - Definição de acto médico

Constitui acto médico a actividade de avaliação diagnóstica, prognóstica e de prescrição e execução de medidas terapêuticas relativa à saúde das pessoas, grupos ou comunidades."


(...)Artigo 2º - Competência para a prática de acto médico

"O exercício do acto médico é da competência dos licenciados em medicina regularmente inscritos na Ordem dos Médicos, sem prejuízo do disposto no artigo seguinte."
Ou seja, a autonomia de todos os outros profissionais estaria hipotecada e num mundo em que a complementaridade é até desejada, a bem do doente, para que este não fique sem os cuidados necessários, ficando a gestão de cuidados bloqueada e colocando a autonomia de profissões como enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos e afins como algo inexistente...

No 5º ponto... referem-se a todos os serviços do SNS, inclusive Unidades de Cuidados na Comunidade que actualmente ( de criação ainda recente) estão sob a alçada de enfermeiros?

É que dizer que defendemos o SNS( médicos) mas não queremos fazer greves com outros profissionais ( e relembro que não são os médicos o maior grupo profissional diferenciado da Saúde) soa a outra coisa... Não que eu concordasse, até face às reivindicações relativas a esta greve, mas não é honesto dizer isso.

Posto isto reforço, aliás refiro, que concordo com a "luta" contra o trabalho precário e prestação de serviços ( seja ele bem ou mal remunerado) , a não existência de carreira e a falta de adequação das vagas de internato face ao número excessivo de alunos de Medicina. Quanto ao resto... e aplico isto também à minha classe ( Enfermeiro) , uma posição bastante razoável é a expressa neste post, no Insurgente( mesmo correndo o risco de dar destaque a uma posição sobre o SNS que não é coincidente com a minha)
http://oinsurgente.org/2012/07/11/medicos/ e que apenas condeno veementemente a posição radical de privatizar toda a saúde.

Obrigado e cumprimentos

Anónimo disse...

O vulgo dr. Enfermeiro não é nenhum enfermeiro director. Muito menos o Enf.Belmiro Rocha do Hosp. Gaia. Isso não foi mais que um mito urbano que se espalhou e colou. O blogger doutorenfermeiro não passa de um miúdo que trabalha algures por Estarreja e que, à custa da instrumentalização que foi feita do blog por certos espertalhoes mais sabidos, até ganhou um lugar no Conselho Directivo da SRC da Ordem dos Enfermeiros. Talvez por isso ele nunca se identificou e até lhe convém esta conotação com o enf. Belmiro. No dia em que os seguidores acéfalos, perceberem que o "poderoso" doutorenfermeiro não passa de um puto, um rapazola ranhoso, que tal como Nero, gosta de atear fogos e depois deliciar-se a ver arder enquanto toca harpa, talvez aprendam uma lição de vida. Ou talvez não, dado que a frequência daquele esgoto a céu aberto atesta muito pela capacidade intelectual dos frequentadores. O autor, esse é mais inteligente e descobriu uma forma de ir levando a água ao seu moínho. Um e-mail que circulava por altura das eleições na OE, já revelava a identidade do personagem : o sr vogal enf. "Nuinto se enterra em flopes" da SR Centro. O próprio nunca o desmentiu. Claro que com a recente promoção em troca dos favores eleitorais prestados no blog, agora dispara à vontade e com as hormonas da terna idade a falar mais alto. O resultado está à vista. Um blog juvenil com tiques de intelectualidade tasqueira, onde infelizmente se escreve a palavra Enfermagem e enfermeiros. E repare Placebo que, a maioria dos excelentes posts que aqui escreve não costuma ter comentários (o que eu acho uma pena). Agora quando se desce à tasca... já vai em 11. Faça como eu: tente encarar o doutorenfermeiro de uma forma mais paternalista. Mais condescendente. Afinal estamos a falar de crianças a brincar à escrita. Um pouco parecido às brincadeiras dos cabritos a tentar "marrar". Quem sabe um dia o rapaz não refina a arte e ocupa o lugar do bode mais velho que dá pelo nome de enf. Azedo (azedo sinónimo de amargo obviamente). Cumprimentos e parabéns pelo exemplo que deram de classe unida e coesa em torno dos mesmos objectivos. Os enfermeiros poderiam aprender algo em vez de andarem a mendigar graves conjuntas com os médicos, isso sim uma vergonha para a classe.

Anónimo disse...

O dr enf é o enf. pedro nunes do hospital de santa maria, onde este o colega mesmo em frente a kem quer k seja faz a edição do blogue, sem receios. No entanto, penso k até tem feito um bom trabalho no despertar das mentes dos enfermeiros. Nem sempre concordo com o k está escrito mas paciencia :( não se pode ter tudo

Placebo disse...

Caro Mauro Germano

O problema, numa greve, é que depois existe este tipo de amálgama de reivindicações, genéricas qb para agregar o maior número possível de participantes.

Não devem ter estado, como bem sabe que sempre acontece nestas coisas, duas almas na manifestação pelos mesmos motivos, e isso julgo que é normal. Sobretudo numa classe como a minha, com enorme discrepância nas formas de contratualização, nos salários, nas condições de trabalho, ....

A minha posição é aquela que vou descrevendo aqui, mas é meramente uma posição, desta feita em sintonia com algumas da greve (a mais importante das quais é, para mim, a adequação da formação médica aos recursos necessários ao país).

Quanto às questões sobre o acto médico, não tenho conhecimento das nuances das "exigências", e falar sobre esse assunto seria falar de cor. E parece-me que está bem melhor informado que eu nessa matéria. Como sabe, para mim o desempenho de uma função deve ser por quem tem competência. E a competência deve ser aferida e controlada, e nunca determinada por decreto.

Quanto à questão da greve conjunta, parece-me politiquice de sindicatos, e não tenho mais uma vez opinião formada sobre se deveria existir ou não, e em que contexto (quais reivindicações? quando?). Não querendo com isso questionar o inquestionável, que é os Enfermeiros terem muitas boas (ou "más") razões para fazerem greve. Não me parece é óbvio que haja necessidade de alguma solidariedade inter-classes relacionadas nesse campo, mas teria-se que ver uma proposta concreta para depois discutir se o interesse era comum.

Seja como for, obrigado pela participação.

Placebo disse...

Sinceramente, a identidade do senhor não me interessa (para responder a alguns outros comentadores). O que interessa é o que ele escreve. Pode até haver muitos pontos em que ele tem mérito, nem vou discutir isso (fui frequentador pontual do sítio, e não conto lá voltar). Mas neste ponto, e num par doutros por onde passei os olhos, demonstra não merecer o mínimo de consideração (a minha). Para divertimento não me cativa também, seria juvenil andar a discutir patetices daquelas a toda a hora (isto porque como bem sabem, com a idade, a paciência vai diminuindo).

Podemos concordar e discordar. Na blogosfera não é necessária uma identidade, e podem-se discutir opiniões e situações. Agora calúnias generalizadas não são para discutir. São para insultar, e para acicatar uma legião acéfala de gente da mesma estirpe, que tal como ele não gosta muito de pensar no que diz ou escreve. É o tal soundbite, uma coisa de Tv que se dispensaria bem por aqui (uma vez que já temos a Tv...).

Fui apanhado de surpresa, se tivesse esperado umas horas não teria concerteza comentado esse meu infeliz passeio por aquele blog. Mas tinha tempo livre (para desperdiçar) e comentei. Não que esteja de greve, pois encontro-me de férias (pois, parece que nem todos as suspendemos...).

Seja como for, é verdade que não me lembro de notar que tanta gente vinha aqui ler. O blog do tal senhor deve ser mesmo popular. Não sei o que deva pensar disso....

Anónimo disse...

Sou fiel seguidor do site do drenfermeiro

Anónimo disse...

Tanta confusão que aqui vai por causa do blogue dos enfermeiros...

Anónimo disse...

I LOVE DOUTORENFERMEIRO

Unknown disse...

Caro Placebo

Obrigado pela sua resposta

Como deve compreender não seria nem a favor duma greve de médicos nem com médicos, nem de enfermeiros ou com enfermeiros.

Isto das greves parece-me tudo uma grande encenação para que Sindicatos digam aos seus associados que cumpriram o seu trabalho e/ou os Governos poderem ceder às reivindicações dizendo que não tinham outra opção face à pressão de sindicatos... Acreditaria numa greve sem cuidados mínimos, coisa que nos limita bastante a ambos, médicos e enfermeiros, mas nunca nesta altura, até porque o ministro mostrou seriedade e quis dialogar... ao que me parece foram os sindicatos médicos que não o quiseram.

Ambas as classes são heterogéneas, quer quanto ao vínculo quer nas condições de trabalho, porém a assimetria de remunerações não é comparável.

Eu até percebo a forma dos médicos verem esta situação e não sei se o recorda mas há uns tempos trocamos um ou dois comentários acerca dos salários excessivos que eu referi serem inflacionados face às horas extraordinárias ( lembra-se) e que até lhe apontei a necessidade de rever a estrutura de carreira e a forma como estava organizado o horário, mas quando digo que compreendo é porque vêem todos na TV assessores, políticos e por exemplo juízes e os demais e pensam que deveriam ganhar tanto ou mais do que eles... Mas desengane-se... eles é que ganham demais.

Num país como Portugal, onde a desigualdade salarial já é a maior da UE... e repare que um assistente operacional ganha 500 euros, um assistente técnico 600, um enfermeiro 1000, os médicos, que já ganham 1800 euros ( veja só a discrepância relativamente aos enfermeiro) e num país que está na sarjeta... Acho que primeiro têm de se esgotar outras medidas para melhorar a eficiência, como a exclusividade, a ética laboral(que inclui a assiduidade) e só depois poderemos pensar nestas coisas.

Assino como enfermeiro, contribuinte e doente... porque se não existirem fundos para pagar cuidados não terei condições em nenhuma das três. A existir alguma prioridade na agenda do ministro seria em evitar salários miseráveis como os propostos a enfermeiros e os que assistentes operacionais e outros técnicos de diagnóstico e terapêutica auferem.

Findo isto: que se diminuam as vagas nos cursos de medicina e se discuta realmente quais são as competências actuais dos profissionais de saúde... verá que provavelmente estamos todos muito enganados acerca da realidade ( em média... pois existem várias realidades).

PS: continue a escrever porque gosto de o ler. Pode ser que um dia nos encontremos pessoalmente e discutamos estas coisas seriamente :)

Anónimo disse...

Tanta teoria sobre o doutorenfermeiro :(( Também não quero saber quem é, basta-me o blogue, que se não estou erro pelo menos dentro dos que conheço é o maior blogue sobre saúde.

Anónimo disse...

Estes meninos vêm para aqui defender o Sr. Belmiro Rocha…
Parecem os jotinhas do PSD a defender o Relvas :)
Estou-me borrifando se o Enf. Director do Hospital de Gaia é ou não o Dr. Enfermeiro.
A verdade é que ele nunca desmentiu.
Quem esteve na Assembleia Geral da OE em Coimbra, percebe que o estilo que é cultivado no blogue em questão não é muito diferente da postura desse senhor. O “cavalheiro” parecia um peixeiro da lota de Matosinhos…

O que muitos enfermeiros ainda não perceberam é que colocaram como bastonário uma pessoa que não tem soluções para os problemas que a classe enfrenta.
Aliás, em abono da verdade, podemos dizer que o Germano colaborou (e de que maneira) no crescimento desses problemas:
- é um bastonário coleccionador de títulos académicos;
- é especialista em saúde materna, mas quanto tempo exerceu como tal?
- a secção regional do sul é presidida por uma elemento ligado à universidade Atlântica, uma das faculdades que contribuiu para o estado deplorável de excesso de enfermeiros no país;
- o próprio bastonário deu aulas em mais que uma escola (privada) na zona norte;
- o ex sindicalista Rui Santos esteve anos a fio no SEP; há cerca de 2 anos iluminaram-se-lhe as ideias e descobriu que o SEP afinal é uma porcaria, e a OE é que é fixe…
- a enfermeira da qualidade (Mesquita) do Hospital Beatriz Ângelo permite que enfermeiros reformados façam duplo na instituição; paga 8€/hora aos recibos verdes e em termos de dotações, aquilo é uma vergonha; duas enfermeiras chefes já bateram com a porta; claro que houve quem esfregasse as mãos porque assim sobe na hierarquia;
- a mamalhuda da Lúcia Leite (com um nome destes, só podia ser especialista em Saúde Materna), é uma pessoa sem nível (ver AG em Coimbra) e vem para a televisão defender que os especialistas em saúde materna são melhores que os obstetras; tarda o castigo à enfermeira negligente dos partos no domicílio…
- o Belmiro Rocha, soube-se há dias, afinal também permite outsourcing no seu hospital; grande cromo!

Esta é uma ordem podre.
Os 6 meses que levam no poder mostram “0” conquistas.
E isto vai piorar. Com o excesso de alunos das faculdades de Medicina, a profissão de Enfermagem ficará sucessivamente mais encostada à parede…

Anónimo disse...

Os outros que lá estiveram na ordem, em 12 anos mostraram "0" conquistas. Ao menos, estes têm estilo...

Anónimo disse...

Olha que engraçado!?
O Germano e a sua trupe querem apagar os 12 anos da história da OE? Fixe!
Então não era o Belmiro Rocha que tecia enormes elogios à bastonária Mariana Diniz Sousa?
Então não foi o Germano que andou a viajar pelo mundo (com o Cadete, o Nélson, a Mesquita) com a Maria Augusta e Guadalupe, e vem agora cuspir no prato onde comeu? Um verdadeiro Judas Iscariotes!

A sua segunda frase, traduz a dura realidade em que vivemos.
Esta corja que está aos comandos da OE está preocupada apenas com VAIDADES.
Palhaços!

Anónimo disse...

Curioso... no que enfermagem se tornou, fruto das políticas de marias augstas, lucílias, jacintos, etc... e vem apontar o dedo ao Germano?! Inclassificável! O que temos hoje não é consequência de acções do mês passado!! É dá última década! E quem foi a bastonária?! Ah, eu até pensei que vivesse outra realidade....

Anónimo disse...

Outra questão: vaidades?!!!?? Por favor, no tempo das margaridas filipes, deodatos e afins é que havia vaidade! Agora há dinâmica, modernidade e visão de futuro! Seja como for, ultrapasse isso, o bastonário agora chama-se germano couto! Deixe lá o belmiro, com tanta raiva ainda apanha uma doença auto-imune :)

Anónimo disse...

"A sua segunda frase, traduz a dura realidade em que vivemos."

Mais uma vez me parece que o seu raciocínio está toldado! A fase que atravessamos não decorre das políticas do germano! Viva com isso! O germano é bastonário há meio ano e tem muito lixo para limpar....

Anónimo disse...

Os médicos têm total razão na greve que fizeram.

Bem sei que o país está nas lonas e também não correcto ver um bastonário em manifestações (sindicalista?).

Em todo o caso, o Governo preparava-se para aplicar aos médicos as regras da contratação a preço de saldos (que há muito vigora na Enfermagem, e só agora o Germano Couto descobriu…).

Claro que a história do “acto médico” assusta os enfermeiros, particularmente aqueles que andaram a dizer que as grávidas eram melhor vigiadas por um enfermeiro (especialista em saúde materna) do que por um médico de clínica geral!?!?!?

Enfermeiro José

Anónimo disse...

Pois, pois!
Raiva deve ter o Sr. Belmiro Rocha, já que na AG de Coimbra falou quanto quis e ninguém lhe tirou a palavra. Medo!?
Quanto ao estilo, tem também de fazer umas pequenas alterações: a peixeirada não lhe fica bem.
Olhe, e diga-lhe também para ir ao Holmes. Aquele corpanzil vai estragar-lhe as “bálbulas” :)

Relativamente ao lixo que o Germano tem que limpar…
É o mínimo que pode fazer. Então o digníssimo, não foi presidente da Secção Regional do Norte nos últimos 4 anos?
Não era este ilustre nortenho que correu mundo com a trupe da Maria Augusta, a quem agora ataca descaradamente?
Chama-se a isso cuspir no prato onde comeu…

Anónimo disse...

O Mauro Germano está aqui cheio de pruridos pelo Acto Médico.

Então o caríssimo não foi um apoiante do Germano Couto?
Então não é o Germano Couto que fica caladinho quando a sua colega Cristina Mesquita permite que se contratem enfermeiros para o Hospital de Loures, não de acordo com o mérito profissional, mas antes com base nas “amizades” com o médico A ou B?
Não foram os senhores que festejaram apoteoticamente o spot do Dia Internacional do Enfermeiro? Onde se pode ver uma enfermeira directora de um Hospital Privado de Lisboa, onde os enfermeiros especialistas estão completamente subjugados pela figura do médico?

É preciso ter lata!

Anónimo disse...

Mauro, anda aqui um fulano a espumar-se com a derrota. É ignorante...

A cristina mesquita é da qualidade, não faz contratações.

É skill-mix é aconselhado pelo OMS :)

Por o Germano não concordar com a Augusta, teve a honestidade de concorrer a bastonário e arrumar com toda a gente.

Os spots são gravados com enfermeiros da prática, sejam do público, privado ou social - são sempre colegas nossos!

O seguimento das gravidas por enfermeiras está devidamente estudado e fundamentado (e preconizado pela OMS). os enfermeiros têm mais sucesso que o médicos. Pq é que em portugal haveria de ser diferente? é pelo clima especial? é pela dieta mediterrância?

o germano não descobriu agora o preço dos saldos. só agora como bastonário teve a força para se impor (que um presidente de um secção não tem). além disso o germano não é do sindicato. isso sim, é uma matéria deles, que até o germano teve a ombridade de os ajudar dentro das suas atribuições!

não percebo: os outros tiveram lá 12 anos. deixaram isto virado do avesso, desregulado, banalizado, desprestigiado... e voce procupa-se agora? meu amigo, isto sao frutos do passado. o germano está na cadeira do bastonário há 6 meses. queria o que? milagres? grão a grão...

Anónimo disse...

Espumar? Eh lá!

Com que então, do seu ponto de vista, a qualidade não se aplica à contratação de enfermeiros?

De facto, a OMS recomenda skill-mix. Por isso é que os enfermeiros vão ganhar competências, mas também vão perder muitas outras.

O Germano andou 4 anos a dizer “ámen” à Maria Augusta. Quando as eleições se aproximaram, passou-lhe uma rasteira.

Quantas grávidas é que o Germano já vigiou?

Preços de saldo? O Germano sabia muito bem, enquanto presidente da SRN que havia exploração de enfermeiros. Preferiu ficar calado!
Se assim não fosse, como explica agora a intervenção do Alexandre Tomás?
E não venha com essa história dos sindicatos. O Germano aproveitou a boleia dos protestos contra os 3,96€ para vir para a ribalta…