segunda-feira, 19 de julho de 2010

Insectos

Não, não é metáfora. Trata-se mesmo de uma mini-crónica para lamentar que, neste século que traduz avançada idade civilizacional, ainda não se tenha resolvido um problema para o qual, do meu apartamento no segundo andar de uma qualquer cidade, nem estava sequer sensibilizado.
Desse meu 2º andar, sendo adepto fanático daqueles difusores que se ligam às tomadas em regime non-stop, nunca tive problemas com insectos, e julgo contarem-se, à vontade, com os dedos de uma única mão as moscas que eu matava ao longo de um ano. O meu contacto com insectos era esporádico, e a contenda facilmente decidida a meu favor, por inferioridade numérica franca dos espécimens em causa.
Desde que me mudei para esta quinta, de outra forma tão aprazível em visitas pontuais e em qualquer fotografia mais tosca, descobri um problema.
Esta bicheza não tem fim, resiste a quantidades humanamente tóxicas destes insecticidas que despejo pela casa, manifestamente ineficazes, e está na origem da minha mais recente obsessão.
Não são discretos os insectos, nem tímidos, e não são raras as vezes em que, tranquilamente sentado em frente a este monitor, acabo abalroado por uma qualquer mosca ou traça ou lá os nomes que inventam para estas coisas nojentas com asas que teimam em voar à minha volta.
Não facilito, e para além dos insecticidas apetrechei-me com redes mosquiteiras e um bem treinado regimento familiar, severamente punido de cada vez que falham as normas de segurança, destinadas a prevenir a intrusão dos invasores: portas que só se abrem num intervalo de tempo indispensável para, rapidamente, o corpo as atravessar; persianas que só se fecham com luzes apagadas; janelas que só se abrem com as redes postas....
E uma guerra total e impiedosa a tudo o que mexa fora do contexto do agregado. Só que esta guerra não tem fim, e já nem os rastejantes consigo controlar (apesar de serem, de longe, os menos irritantes). Não desisti, nem o farei, mas já pareço o zé das moscas de pano em riste atrás delas e dos seus aparentados.
As visitas ocasionais não estão sensibilizadas com o problema, e acabo por enxotá-las com a minha paranóia com maior eficácia do que às moscas (a Poorta!!!).
As moscas.... Para que servem moscas? Como é que as moscas ainda não foram extintas? Essas coisas irritantes com o seu zumbido de fundo, estúpidas ao ponto de esbarrarem contra os óculos do maior serial-killer de sempre da sua já longa história, sem qualquer noção de discrição ou sequer de camuflagem, que parecem pedir para serem esmagadas quanto antes irritando o predador até ao limite da sua paciência.
Desconfio que é por serem tantas. Onde é que nascerão, para eu completar de bom grado o genocídio em que me empenho totalmente, nos dias que correm?
Não me falem em "eco-sistemas", e não me digam que estas coisas têm lugar nos mesmos, quanto mais terem alguma função que não possa ser desempenhada eficazmente por outro qualquer ser menos irritantemente vivo. Eu próprio me voluntariava de bom grado para suprir essas eventuais funções, se isso adiantasse alguma coisa.
Não haverá um insecticida que se pudesse polvilhar em cima, pelo menos do território nacional, e que exterminasse esta espécie? Os escandinavos que a preservassem, se quisessem (e duvido que, até eles, o quisessem...). DDT? Outra coisa qualquer? Tantos anos de desenvolvimento tecnológico, tantos avanços na química, tanto armamento nuclear e biológico, e não se resolveu ainda esta questão, aparentemente simples?
Bem, isto até pode ser saudável para as crianças (o campo, e tal...), apesar da bicheza e das ervas que crescem por todo o lado no quintal, mas mal posso esperar pela hora em que regressar a um higiénico e limpo apartamento, assim a modos que imediatamente após eles irem às suas vidinhas, daqui a uns (distantes) anos....
E poder finalmente ver estas coisas todas através de fotografias, que alguns me mandam incessantemente por e-mail, e que a par da minha enorme imaginação chega e sobra para desfrutar de todo o prazer da coisa sem a necessidade de partilhar o cheiro, o ruído e a presença física da coisa.
Raios partam os bichos....

5 comentários:

Luz disse...

Cheira-me que este post não vai ter tantos comentário ;-))...

Eu também odeio insectos e também não entendo porque existem.

Deparei-me com a mesma dificuldade que há cerca de 10 anos quando vim viver para aqui (onde vivo agora), não se parece em nada com a cidade.
Durante os primeiros anos os difusores eléctricos resultavam, mas há uns 2 anos que os mosquitos, moscas e afins parecem completamente imunes. Noto o mesmo em relação aos repelentes corporais. No primeiro ano foi uma maravilha mas no seguinte pareciam funcionar como mel.
No ano passado experimentei um difusor a pilhas (portátil) da Raid idêntico a uma ventoinha. Não funciona com líquido mas com um género que papel impregnado em qualquer coisa. Este difusor é azul e até agora só o consegui encontrar no Intermarché.
Este ano parece continuar a resultar.

Há outras criaturas que não desistem de aparecer. Aranhas!

No ano passado vi a situação dos insectos gravada quando me lembrei de plantar uns pezinhos de tomate... Este ano fiquei pelo tomate cereja em vaso. Todos dias tenho novos e parecem não atrair pragas, ou tenho tido sorte, mas não lhes ponho qualquer insecticida.

Num restaurante onde costumo ir falaram-me num liquido novo que se coloca nos vidros, disseram-me que o único senão era o preço, cerca de 50€, mas que estão a usa-lo para que os clientes não sejam incomodados com as melgas. Naquele local há muitas este ano.
Não sei muito mais sobre o assunto e tenho algumas dúvidas acerca do benefício/malefício. Ponho-me a imaginar as crianças mais pequenas a tocarem nos vidros e porem as mãos na boca.....

Anónimo disse...

pode tirar-se a rapariga de BrooKlyn, mas não se pode tirar Brooklyn da rapariga.
Experimente não matar aranhas

Luz disse...

Ah pois claro que não mato, vou deixa-las passar por cima do meu filho que lhes faz reacção alérgica!

Uns têm Brooklyn a mais e outros inteligência a menos!

TTA disse...

1. as aranhas não são insectos...
2. recomendo vivamente aqueles aparelhos eléctricos com umas luzes arroxeadas que atraem os insectos voadores e depois os electrocutem
3. podes sempre ter velas de citronela acesas em casa...
4. quanto às formigas: rodeia a tua casa de canteiros de hortelã!
Nunca os vais extinguir! Apenas podes expulsá-los de casa...

Luz disse...

TTA,

1. Acho que todos sabemos que aranhas não são insectos. Por isso lhes chamei de "outras criaturas".

2. Resulta de facto mas para quem não gosta de ter luz constantemente não é o melhor.

3. Já me falara das velas. Há quem goste, não é o meu caso. Detesto velas.

4. Por aqui a hortelã não resulta! Mais do que tenho é difícil. Sabes mais "truques" do género?

Obrigada