Ou se quiserem, uma reflexão acerca do post anterior, em que me nauseio alegremente com a prosápia reles de um qualquer mentecapto deste mundo global.
Odeio corporações. Qualquer frase que comece com "nós, os -corporação-, reinvindicamos..., em nome do nosso -putativas qualidades ímpares- ... -isto e aquilo-".
Não existem corporações de gente ímpar. Existem, isso sim, corporações de gente prestadora de um determinado serviço, cuja pertinência deve ser avaliada, cuja qualidade deve ser escrutinada e/ou assegurada, e que deve ser pago em função desses critérios, na melhor relação qualidade/preço para o alvo a que o referido serviço se destina.
Dentro das regras laborais genéricas que se aplicam a todos? Concerteza, mas sem favoritismos, ou lobbying, como agora se diz.
Esse é um dos principais cancros dos nossos dias, se calhar intratável sem meios radicais (ou intratável: ponto). O mesmo que levou à existência desse sindicalismo, que no fundo não passa do reflexo-mor do corporativismo de um determinado sector, na lógica infantil, e infelizmente bem real, de esticar ao máximo, por vezes até ao limiar do ridículo, a reinvindicação, no sentido de se conseguir o "melhor" resultado final numa negociação que favoreça a determinada corporação. Sob pena de ficar prejudicado relativamente a outras, mais despudoradas.
Note-se que bem sei que pertenço a uma corporação que, ainda que pessoalmente me recuse por estas linhas e pelos meus actos a sujar as mãos nesse ritual que descrevo, outros o fazem por mim, e não pertenço sequer propriamente a uma das mais naives deste país.
Bem sei ainda que, sem esse ritual reinvindicativo, infantil, cada vez mais entediante com o passar dos anos, o mais certo é determinado grupo ser gravemente lesado, em virtude do enquinado arbítrio que deveria ser desempenhado por governantes, eles próprios, e cada vez mais, representantes em primeiro lugar da sua própria corporação, e soberanos defensores dos interesses da mesma, acima do real interesse nacional global que deveriam simbolizar acima de tudo.
Ou seja, bem sei que não há Razão que prevaleça, perante esta "Reinação".
Mas é pena, e desabafar alivia....
Sem comentários:
Enviar um comentário