terça-feira, 27 de outubro de 2009

Nota Editorial

Para que conste, apesar deste blog por intermédio do autor ser manifestamente contra a "paranóia gripal A" que se instalou, desde o seu surgimento, pelo burgo (este e os do restante habitat global), urge esclarecer que:
-Não se defendem aqui posições de putativas manobras intoxicadoras das altas elites norte-americanas ou outras, com a criação e/ou incubação e posterior disseminação do vírus (pelo simples facto que são... mera especulação);
-Não se dá o menor crédito à insana tentativa de se comparar os ínfimos efeitos secundários da vacina "anti-gripe A", em termos de doenças desmielinizantes do sistema nervoso central e periférico, com a maior (ainda que pequena) morbi-mortalidade de qualquer "gripe";
-E logo, defende-se que, tal como sucedia com a gripe sazonal, e de acordo com critérios "meramente" científicos, os grupos de risco se devem vacinar, por motivos não apenas de saúde pública (já não se falando aqui em termos de controlo da disseminação do vírus, obviamente impossível desde o início, mas sim de controlo da mortalidade acrescida que se verifica nesses grupos), mas também (sobretudo?) de evicção do colapso social de certas instituições fulcrais em qualquer época de gripe, seja ela sazonal ou "pandémica".
Ou seja, toda esta troupe de teóricos bacocos da "conspiração mundial" e dos empoladores dos "efeitos adversos infinitamente mais inócuos que os males que se evitam" não encontram aqui, lamentavelmente, um elemento da tribo.
Para que conste, clarifica-se.
Finalmente, o Bastonário da minha Ordem falou muito tarde (da histeria que entretanto já estava gerada em torno da gripe), e ainda por cima rematou mal ao deixar azo a dúvidas quanto à inocuidade da vacina (não respondendo à pergunta acerca da sua intenção de se vacinar).
Ele pertence a um grupo de risco enquanto médico (o risco aqui é de ficar incapaz para ajudar os doentes), ainda que enquanto Oftalmologista não seja evidentemente necessário ao normal funcionamento de qualquer elo da cadeia de atendimento a doentes descompensados pelas gripes, nas instituições nacionais que, como já se sabe há muitos anos, carecem de meios físicos e humanos para estes surtos recorrentes anualmente.
Ou seja, devia-se ter explicado antes, e melhor. Infelizmente, receio bem que a explicação não fosse aquela, racional, que eu esperaria à partida dele. Sabe-se lá porquê....
Enfim.

Sem comentários: