Os Efeitos Secundários conhecidos associados a um fármaco, são aqueles que podem ver descritos na respectiva bula.
Este post, que se pretende educativo, quer elucidar o povo a não confundir Efeito Secundário com Contra-Indicação.
O Efeito Secundário PODE acontecer quando se toma o determinado fármaco. É um risco, conhecido e descrito, que consoante a sua gravidade pode justificar follow-up clínico ou laboratorial. Acima de tudo, são riscos controlados, quando não estamos a falar de produtos "alternativos", já que são efeitos adversos reportados, quantificados e equacionados quanto à relação risco-benefício do produto.
É Ciência, e a assumpção que uma "hipótese" pode sempre correr mal, mesmo depois de amplamente testada, como acontece com os fármacos antes de serem lançados para o mercado na Medicina Moderna e Científica.
Aconteceu com o Vioxx, porque o Vioxx foi um produto controlado. E a cardiopatia isquémica, por ser considerada um "Efeito Secundário" intolerável para o objectivo terapêutico a que o fármaco se propunha, levou à suspensão da comercialização do mesmo ("contra-indicou-o" de forma absoluta). Tudo perfeitamente controlado, portanto. Ao contrário da farmacopeia "alternativa" que por aí grassa....
Ou seja, Efeito Secundário é um sinal de alerta, para estarmos atentos à tolerância do fármaco, que é variável de pessoa para pessoa.
Contra-Indicação é diferente. Significa que num determinado grupo de pessoas, com determinada patologia ou outras características associadas, um determinado fármaco, que tem indicação nos outros casos, passa a ter efeitos nefastos potenciais que ultrapassam o efeito benéfico pretendido. E por isso NÃO DEVE ser tomado por esse grupo de pessoas, para o qual o fármaco está contra-indicado.
Já um fármaco, por mais Efeitos Secundários que tenha descritos, deve ser SEMPRE tomado quando existe indicação para tal, porque o efeito benéfico pretendido é superior ao risco de efeito nefasto, salvo Contra-Indicação em contrário, claro está.
Este post é motivado por me ter cruzado já com diversos doentes que "desistem", logo à partida, de tomar um qualquer remédio por este ter muitos efeitos adversos descritos.
O efeito adverso major que vos deve preocupar, caros leitores, é o da Patologia que motiva a indicação do fármaco, para a qual ele foi testado e demonstrou benefício.
Por outro lado, também já me confrontei diversas vezes com colegas meus a não darem determinado fármaco pelos potenciais efeitos secundários associados, apesar da indicação formal do mesmo.
Isto porque todos, algum dia, verificamos iatrogenia associada a determinado fármaco que prescrevemos (e bem), existindo uma tendência para a partir daí considerar o determinado Efeito Secundário como "Contra-Indicação Até Prova Em Contrário".
Mas isso já é outra história....
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