E se este país estivesse mesmo a viver acima das suas possibilidades?
E se os nossos salários e
pensões estivessem realmente acima daquilo que a nossa pobreza permite? E os anos passados mais não fossem do que dar-se o que nunca se teve ao povinho, a troco de uns votos, ao invés da governança a prazo deste rectângulo?
E se este governo
estivesse a ser devidamente manietado por uma troika, genuinamente surpreendida
pela nossa incapacidade em fazer contas ao longo das últimas décadas?
E se os nossos padrões de
vida se regessem mesmo pelos existentes pré-adesão à UE (CEE à data), tendo-nos
sido fornecidos entretanto meios que não usamos para desenvolver estruturas que
levem a uma maior riqueza do país, antes desperdiçando-os graças ao nosso
endémico chico-espertismo, cuja inexistência só por má fé poderemos sequer
admitir?
E se as melhorias dos
padrões de ensino se resumiram a carradas de sociólogos e outros Drs ólogos que
tal, cuja utilidade para se produzir o que quer que seja medível em PIB se
aproxima do nulo, limitando-se a travestir os bons números de "sucesso escolar"?
E se as próximas gerações
vão mesmo ter que pagar caro pelas reformas e salários que não se podiam
conceder nos valores em que foram concedidos, nem nas alturas em que foram
permitidas?
E se as próximas gerações
vão mesmo, à semelhança dos seus pais e avós há muitos anos atrás, ter que
emigrar para um país a sério se quiserem elevar-se desta qualidade de vida, tal
como descobrimos afinal ser a nossa, aquela que podemos pagar?
E se os países
desenvolvidos forem desenvolvidos porque o conceito de cidadania se eleva acima
do folclore pontual do que os paneleiros podem fazer com a sua vida, ou se, não
gostando de touradas, devemos proibir com gritaria e muita palhaçada os
aficionados de manterem o seu particular prazer, e tantas outras coisas tão
superiormente edificantes que tal?
E se os países
desenvolvidos forem desenvolvidos porque também se preocupam com uma coisa
chamada défice, que em boa verdade ouvimos falar desde sempre, e que julgávamos que, ao contrário do que acontece nas nossas casas, podia ser crescentemente negativo, e que só há menos
de meia dúzia de anos a esta parte é que nos preocupamos em realmente saber o
que significa? E concerteza que nem todos, sendo que tantos e tantos ainda confundem esse défice (agora menor) com a dívida que ele foi alimentando (e que, evidentemente, continua a crescer...).
E se a matemática for
importante? E a Cultura Geral?
E se a Cultura Geral se
estendesse para além dos conceitos bacocos de uma filarmónica aqui, uma peça de
teatro subsidiada acolá, um foguetório de fim de ano ou uma pimbalhada de Verão
numa praceta de uma terriola qualquer?
E se a Educação fosse
realmente importante? Uma educação a sério, em que se discutissem conteúdos, em
que se discriminassem vocações e capacidades, ao invés de andarmos tão
dedicados em condicionar professores de darem uma estalada em fedelhos
malcriados para manterem ordem nas suas salas, ou em termos pavor de separar
incapazes de capazes para um determinado fim, com receio que isso nos remeta
preconceituosamente para a galeria dos intolerantes fascistas pré-modernos, onde se arruma
tudo e todos neste país, desde uma certa revolução que não vi acontecer, mas
que desta forma silencia qualquer voz discordante do balir oficial das
frases feitas e politicamente correctas.
E se soubéssemos que o
dinheiro do Estado é o nosso dinheiro?
E se acreditássemos que o
nosso dinheiro é melhor gerido se estiver nos nossos bolsos? Como quando escolhemos a rede do nosso telemóvel, a companhia do cabo ou o supermercado onde fazemos as compras?
E se este conceito de
"redistribuição da riqueza" mais não fosse do que nos tirarem o nosso
dinheiro para o gastarem em canais de televisão que não vemos, em subsídios
para coisas que desprezamos, em companhias cujos préstimos nunca iremos usar, ou em obras cuja utilidade nunca existirá?
E se o chavão "os
impostos servem para manter o Estado Social" mais não fosse do que uma
chantagem idiota e uma afirmação falsa, bastando para isso tentarmos
lembrar-nos da última vez que o "Estado Social" nos pareceu realmente
útil ou eficaz para quem dele precisa. E se o "Estado Social"
fôssemos nós? E deixassem de nos retirar o nosso dinheiro, que depois decidiríamos em
que bolsos o pôr. Não faríamos melhor selecção? Com melhor critério que esse
"critério nulo" que rege as esclerosadas instituições deste Estado,
tão lestas em gastar o nosso dinheiro sem se preocupar com os resultados? Sem exigir resultados?
E se cada povo tem mesmo
o Estado, e o país, que merece?
E se os povos ricos
fossem ricos porque não gastam mais do que devem, e gastam melhor do que os
pobres?
E se, uma vez chegados ao
ponto em que gastamos o que temos, conseguindo pagar (ou ir pagando) o que devemos, chegarmos à
conclusão que temos que abdicar de muitas regalias a que chamávamos
"direitos adquiridos"?
E se o que está escrito
na bendita Constituição da República estiver completamente desfasado da
realidade? E não tiver qualquer relevância face à crueza dos factos, sendo
texto próprio de uns quantos perigosos fanáticos? E caso contrário, porque não
escrever lá também que cada português deve ter direito a escolher um carro e
uma casa, bem como um emprego vitalício e bem pago, sendo-lhe tudo facultado de
imediato aos, digamos, 18 anos? Ou será que algumas destas coisas já lá estão
escritas?
E se fosse normal
despedir-se um inútil? Um indolente? Nem que fosse para dar lugar a alguém que
realmente quer trabalhar e merecer o seu salário? Ou não fosse anormal
despedir-se um incompetente? Por forma a fazer-se de conta que este é um
sistema meritocrático, que premeia a virtude?
Bem, se isso fosse assim,
esse país concerteza não se chamaria Portugal. Terra de belas praias, com um
belo sol, céu azul..., um clima único no mundo. E gentes pacatas e simpáticas, como sabemos.
Ou seja, óptimo para se
passar umas belas férias!
Já para trabalhar, e
viver o resto do ano, é melhor pensar-se seriamente noutro sítio....
1 comentário:
Strange "water hack" burns 2 lbs in your sleep
Over 160000 men and women are hacking their diet with a simple and SECRET "liquids hack" to lose 2lbs each night while they sleep.
It's easy and works with everybody.
You can do it yourself by following these easy steps:
1) Take a clear glass and fill it half the way
2) Now use this weight losing HACK
and become 2lbs thinner as soon as tomorrow!
Enviar um comentário