segunda-feira, 30 de maio de 2011

Essencial vs Acessório

Pode vir a ter diabetes, mais se for gordo.
Pode vir a ter hpertensão arterial, mais se não tiver cuidado com a ingesta de sal.
Pode vir a ter cancro do pulmão, doença pulmonar obstrutiva crónica, doença aterosclerótica, mais se fumar.
Pode vir a ter cirrose, mais se beber álcool....
"Podem"-nos acontecer muitas, muitas coisas, algumas das quais influenciadas por variáveis que podemos controlar (influenciadas, e não determinadas; que podemos, e não necessariamente que quereremos ou iremos...).
Há uma coisa, porém, que nos vai acontecer a todos, de certeza absoluta.
Curiosamente, não parecemos minimamente dispostos em discutir as condições com que vamos viver essa inevitabilidade. Às vezes nem me parece que estejamos sequer curiosos....
E eu gostava que abríssemos a pestana antes que o meu karma me dite a chegada do tal dia, por forma a não ter que emigrar ou tornar-me criativo, mais ou menos fora-da-lei, para o conseguir passar com um mínimo de condiçoes e dignidade.
Passamos, nós médicos, o tempo a falar de saúde, em como prolongá-la, curar a doença e adiar a morte. Não estamos muito mal nesse capítulo, o caminho vai-se fazendo com todos a puxarem para o mesmo lado.
Não passamos é tempo que chegue a falar da morte, que eu fui descobrindo que anda muito maltratada por este país fora, isso quando é tratada.
Não dá prisão não tratar a morte, sabiam? Deixar uma doença potencialmente reversível seguir o seu curso sem tratamento pode ser, e geralmente é, complicado; deixar uma pessoa a agoniar horas, dias, ou até mais tempo sem -sequer- paliação adequada, é eticamente desculpado -não desculpável!-, desde que tenhamos a certeza que a cura não é possível ou "razoável".
Na dúvida damos tudo.
Na certeza acanhamo-nos, desviamos o olhar, desprezamos.
Isto faz algum sentido?
Dramaticamente, ninguém se importa. Ninguém excepto todos aqueles que passam por ela, o que a prazo somos todos, e que, por ironia, de seguida deixam de ter a voz que faltaria para a correcção desta gravíssima insuficiência.
Em nome dos vossos cuidados de saúde, daqueles cuidados que vão seguramente precisar um dia, interessem-se por suicídio assistido, por eutanásia, por testamento vital....
Sejam empáticos com os que morrem hoje, porque só assim terão alguma simpatia nesse dia de amanhã, e atenção que ele vai concerteza chegar demasiado cedo.
Interessem-se por morte.
Com dignidade.
Por vós.

domingo, 29 de maio de 2011

Ainda os Enfermeiros

Alguns já me disseram que as posições sobre a Enfermagem neste blog são incompletas e ambíguas.
Não pode ser de outra forma. O espaço seria insuficiente para uma dissertação mais séria, e o objectivo é apenas demonstrar uma visão diferente, limitada e geralmente temática, sobre uma determinada classe que me é próxima e complementar no dia-a-dia.
Em primeiro lugar, cada qual seguiu a profissão que bem entendia. Que eu saiba, isto já não funciona por castas nos dias de hoje, tivemos os mesmos concursos, e fomos distribuídos de acordo com critérios iguais para todos pelas vagas do Ensino Superior que estavam disponíveis, pela ordem que as regras ditavam, de acordo com as vocações de cada qual e respectivos resultados.
Quem foi para Medicina já sabia que não ia ter salário aos 21 anos como (à data) acontecia com os enfermeiros, não ia trabalhar por turnos, etc....
Por outro lado, sabia-se que, a prazo e depois de muito mais tempo de estudo, se teria melhor salário, bancos de 24 horas (conforme as Especialidades), e nessa fase dos 18 anos pouco mais....
Posto isto, não vou rematar com um "cada qual, a partir daí, deve viver com as competências das respectivas profissões".
Essas competências, já o escrevi, devem ser, e são, dinâmicas.
Concretamente, a questão da "prescrição", e dos "diagnósticos de Enfermagem". Grande parte da celeuma que isso causa na minha "Classe" se deve ao facto de julgarmos que o Enfermeiro se vai sentar em frente ao doente e, do alto dos seus 4 anos de curso, desatar a adivinhar qual a doença do doente, e como a deverá tratar, tal como um médico o faz após 6 anos de curso, 2 de Internato Geral e 4 a 6 de Especialização. Ou seja, que os Enfermeiros pretendem a mesma competência com metade a um terço da nossa formação.
Não é obviamente disso que se trata, e em vez de alguma facção radical-caviar da Enfermagem se dedicar a ressabiamentos foleiros acerca de um mal gerido complexo de inferioridade quanto aos médicos (o que é obrigatório acontecer quando ignoram competências alheias para as quais não estão nem de perto capazes de assegurar com qualidade semelhante), traduzidos muitas vezes em chavões próprios de mentecaptos, como a comparação de competências diferentes, logo incomparáveis, aproveitando-se sobretudo de alguma insatisfação na classe por problemas laborais decorrentes quase exclusivamente do excesso de profissionais (para as vagas existentes).
Em vez disso, dizia eu, deviam-se dedicar em explicar o que isso deve significar concretamente, para a devida definição das coisas e a melhoria subsequente dos cuidados aos doentes, que é no fundo o fim comum a que todos os profissionais sérios se deveriam dedicar, sejam médicos ou enfermeiros.
E é importante essa clarificação. "Diagnósticos de Enfermagem" e "Prescrições em Enfermagem" deveria ser, para simplificar, tudo aquilo que qualquer enfermeiro está cansado de saber, mas que tem que pedir ao médico para formalizar, quer o diagnóstico, quer a atitude a tomar em conformidade com o 1º.
O doente tem febre: o Enfermeiro deve dar o anti-pirético, após questionar o doente sobre possíveis alergias, não é necessário um médico para isso, e é ridículo que ainda assim seja nos dias que correm. Idem-aspas para inúmeros outros exemplos que poderia dar, como as obstipações, a gestão de sondas entéricas, vesicais, a gestão de analgésicos em cuidados paliativos, de perfusões de insulina em cuidados intensivos, com variações de acordo com o local em que cada qual está a trabalhar (uma Unidade de Paliativos difere duma de AVC's, que por sua vez é bem diferente de uma de Cuidados Intensivos Cardiológica ou Polivalente, por exemplo). Transportando para Consultas, as questões dos pensos, do tratamento das úlceras, do pé diabético, etc, etc....
No fundo, porque isto já vai longo, o que já acontece, informalmente, em todos os sítios que prezam por uma certa racionalidade na actuação prática, sem pedantices bacocas e delírios de autoridade sobre o conhecimento, que alguns colegas meus tristemente exibem, por outro lado e em contraponto aos radicais que referi antes....
Formalizar, portanto, o que já acontece informalmente nos sítios que trabalham bem.
Felizmente trabalho num sítio onde os médicos são muito bons, quer em qualidades médicas, quer nas pessoais, e os Enfermeiros são ainda melhores, e também nas duas vertentes. Ou seja: é muito fácil tudo isso que referi acima, dependemos todos uns dos outros, ajudamo-nos todos uns aos outros, fazemos tudo aquilo que sabemos e perguntamos o que não sabemos, acrescendo ainda por cima a isso tudo um desnecessário, ainda que sempre bem vindo, sentimento de profunda amizade e respeito uns pelos outros.
Gostamos de trabalhar juntos, mas também de estar juntos quando não trabalhamos. Bem como os "Auxiliares de Acção Médica", que se juntam assim a nós em todos os contextos e nos mesmos moldes.
Isso sim, é saber viver, e melhor ainda, saber trabalhar, bem e com gosto.
E pode acontecer em qualquer sítio, bastando para tal que não haja atritos entre "Classes" sem classe, mas tão só pessoas cheias de classe, ainda que de classes bem diversificadas....

Gratuitidade da Saúde em Portugal

Um dos chavões mais grosseiramente falsos desta terra.
Um dos chavões mais exasperantes, recorrentemente repetido por "beneplácitos" que não hesitam em usar e desperdiçar o nosso dinheiro, eufemisticamente designado por "dinheiro do Estado" ou "de todos nós" (como se também lhes pertencesse a "eles"...), querendo geralmente ir ainda mais longe dando-nos a entender que é pertença de alguma entidade (tipográfica?) misteriosa supra-nacional, e que se não for desperdiçado ao desbarato num qualquer Serviço Público será devolvido à procedência e perdido para sempre.
A Saúde NÃO É gratuita. O SNS NÃO É gratuito.
Em pequenas (e redutoras) frases...:
-Os salários dos profissionais (e suas reformas) custam muito dinheiro...;
-A comparticipação dos medicamentos custa muito, muito dinheiro...;
-Os exames complementares de diagnóstico, e inúmeros consumíveis usados em saúde, custam balúrdios de dinheiro...;
-A tecnologia em saúde é muito cara (e usa-se tecnologia de ponta, muitas vezes num qualquer vão de escadas do Hospital);
-As estruturas físicas em Saúde, e sua manutenção, custam muito dinheiro;
-Tudo o que anda "à volta" das estruturas de saúde (lavandarias, tratamentos de materiais, transporte de doentes, empresas alimentares, etc...), custa muito dinheiro.
Ou seja, isto não é "gratuito". Isto é, isso sim, um enorme MONSTRO insaciável sorvedor de toneladas de dinheiro, de uma enorme parte do rendimento dos portugueses, de uma grande parte do nosso salário, do nosso trabalho, todos os meses.
Chamar-lhe "gratuito", ou "tendencialmente gratuito" porque se pagam uns trocos para se ser atendido aqui ou ali ou comparticipar isto ou aquilo, é, ou profundamente estúpido, ou altamente insultuoso (quando feito, como não raras vezes o é, com dolo de expressão).
E quando eu me indigno com esta suposta gratuitidade, ao contrário do que ameaçam os que se alimentam deste monstro por nós sustentado para assustar os incautos, não pretendo que deixe de existir Universalidade de acesso aos cuidados de saúde, bem pelo contrário. Nem pretendo que passe a ser pago por cada um de nós, bem pelo contrário; espero isso sim que o SNS se torne minimamente sustentável, por forma a que persista para sempre, não existindo apenas para os que adoecem hoje mas para que continue para quando adoecerem os meus filhos e netos.
Pretendo é que as pessoas saibam que isto é caríssimo (e não "gratuito"), que há formas menos caras de se gerir com igual (ou melhor) eficácia isto tudo, prestando melhores serviços, combatendo-se o desperdício, o laxismo, o tachismo partidário que existe, e em peso, nas instituições de saúde por este país fora.
Isto é: saibam bem que é possível pagarem muito menos do que pagam hoje em dia (e que é imenso!!), e passarem a ter melhores cuidados de saúde.
Ou seja, a conjuntura não é: "isto é fraquito, mas pelo menos é gratuito". Isto serve para enganar papalvos e eternizar tachos que muito agradam a tantos, a demasiados, há demasiado tempo....
A real conjuntura é: isto é um brutal desperdício, uma péssima gestão do vosso dinheiro, com a desculpa de ser "pela vossa saúde", quando na realidade é consequência de despotismo puro e duro do Estado sorvedor, incompetente e irresponsável. Deve-se, e sobretudo PODE-SE, fazer muito melhor, gastando menos do nosso dinheiro (ele é NOSSO), por um SNS universal que não deixe ninguém sem tratamento neste país.
É mesmo possível, assim haja vontade em assumir-se isso.
É o mínimo, o "primeiro passo"....

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Enfermeiros

Isto a propósito de uma mensagem que muito me entristeceu, e que recebi, por mail, proveniente de uma amiga enfermeira, que a deve ter reencaminhado para a sua lista de contactos, e da qual constava mais ou menos o seguinte: era intitulada "os enfermeiros também contam!" ou algo do género, e era o link para um vídeo acerca do irmão alucinado do Paulo Portas que, após internamento relacionado com um cancro, fez um elogio sentido à classe de enfermagem publicamente, num canal qualquer de televisão.
O que me entristeceu não foi, obviamente, o elogio não se ter dirigido principalmente ao médico que o tratou, e muito menos o facto de ter feito o elogio a essa classe que tanto admiro.
O que realmente me deixa perplexo é tudo aquilo que terá levado a baixar a auto-estima a esta representante da classe, ao ponto de publicitar o referido vídeo, como se fosse de estranhar que o papel do enfermeiro fosse reconhecidamente importante, quando eu sei que ela está cansada de saber que conta, e muito, no Serviço onde trabalha, e onde ninguém consegue fazer como ela o seu papel.
E isto leva-me a um considerando acerca da ânsia que alguma franja da classe dos enfermeiros terá na aquisição de competências diversas, que os aproximarão mais aos médicos, afastando-os ao mesmo tempo mais da enfermagem tradicional, como eu a reconheço. Essa franja deve alimentar-se dessas dúvidas que pairam sobre alguns, da importância do seu papel nos cuidados de saúde. Do seu papel tal como ele existe HOJE!
O bom enfermeiro, hoje, é quem está junto do doente, é seu amigo e confidente, seu "tratador" naquilo que temos de mais íntimo e que é a nossa higiene pessoal, é seu monitor de parâmetros vitais e o primeiro passo no reconhecimento de sintomas e sinais, o interlocutor com outros actores (como médicos) e por isso na abordagem adequada subsequente e instituição do tratamento apropriado. E isso, não é feito por mais ninguém que não ele. Nem se coaduna com registos ridiculamente extensos que preenchem o tempo de quem devia era estar junto dos que precisam dele, nem com esticar de "ratios", nem com mais esta ou aquela competência.
E porquê? Porque "isto" que devia acontecer, já é trabalho tempo inteiro, que facilmente preenche o horário de qualquer profissional de enfermagem!
Não se deve, por outro lado, confundir a desvalorização em termos salariais (e nunca de importância da profissão) da classe, com a necessidade da sua reforma. O que se passa é que não precisamos de tantos enfermeiros, e não que precisamos de novos sub-tipos de enfermeiros (idem aspas com os médicos, cuja única diferença é que se têm defendido melhor em termos de formação desenfreada de elementos no ensino Superior).
O pior que podia acontecer era termos enfermeiros com competências, logo defeitos, que os tornassem mais parecidos com os médicos, sem que com isso fossem médicos (ou tornando-se assim "médicos de segunda"), acrescendo a perda de qualidades que são exclusivas dos enfermeiros (ficando, ainda por cima, "enfermeiros de segunda"...).
Os doentes, e todos os sistemas de saúde, precisam dos enfermeiros. Destes, que já existem há muito, por serem precisos e preciosos. Julgo não ser preciso inventar nada. Apenas valorizar o que somos e temos, sem complexos infundados de inferioridade, devidos a razões que nada têm a ver com a essência da profissão em si, de nobreza imaculada.
Oxalá eu tenha um enfermeiro assim para tratar de mim um dia, quando precisar. E não um desses hi-tech que alguns estão a querer "inventar".

Estado Ladrão

O Estado é um ladrão. Ou, pelo menos, um filho indigente que nunca mais sai de casa para ganhar a sua independência, constituindo fonte alargada de despesa para os seus progenitores.
E os progenitores do Estado, somos nós (e não o contrário, apesar de comumente nos inverterem essa realidade no dia-a-dia).
Diz-vos isso um funcionário público que trabalha em exclusividade para esse Estado. Ou seja, que teria tudo, à partida, a ganhar com a manutenção deste estado de coisas. Mas que, por sentido ético do que devia ser a gestão da coisa pública, e por respeito pelos que produzem e financiam estes desvarios, me junto assim ao coro dos que defendem o "Estado mínimo" essencial.
O Estado gere mal a Saúde. É chocante como se poderia poupar brutalmente em consumíveis com medidas simples (que se vão tomando, por desporto -porque nada a isso obriga nos dias que correm...-, aqui e ali, num ou noutro serviço não raras vezes acusado de "excesso de zelo" por esses desvarios auto-infligidos). Os meios humanos são mal geridos; investe-se em Especialidades inúteis, e descuram-se Especialidades essenciais; retiram-se competências aos que as praticam liberalizadoramente a todos, e conferem-se competências exclusivas a quem se vai servir delas num proteccionismo para seu lucro próprio; gastam-se "Ferraris" em válvulas cardíacas inseridas percutaneamente, em stents e em CDI's, e poupa-se nos antidiabéticos orais, ou nos esfigmomanómetros dos centros de saúde e na regularidade dos rastreios; proliferam chafaricas "de excelência", que não são mais que a micro-extensão do umbigo de determinada personalidade médica, onde não são precisas para nada por serem muitas mais que as necessárias para a população que deveriam servir, e rareiam depois meios humanos (e físicos) noutros centros onde, por esse motivo, se deixa de ter acesso a determinada técnica de reconhecido benefício clínico para as pessoas sofredoras de determinada patologia (exemplo clássico: hemodinâmica de intervenção nos enfartes agudos do miocárdio, onde deve haver uns 10 centros em Lisboa e arredores, na maior parte dos quais se passam os dias a coçar... enfim, enquanto que depois mais para os lados da província se mantém um tratamento de segunda com fibrinólise ou menos que isso, com as perdas de miocárdio e de qualidade de vida subsequente por insuficiência cardíaca que isso representa...). Rodam por cargos de direcção dos Hospitais e dos Serviços encartados diversos, deste ou daquele partido ao sabor dos delírios do povo, sem exigência de resultados, sem responsabilização, sem competência, sem mérito. Instituem-se "avaliações" patéticas (as patéticas "carreiras") e que não são representativas de nada, para justificar uma ascenção na carreira pseudo-meritocrática, quando na realidade é, na melhor das hipóteses, cronológica ou por antiguidade (mas não raras vezes por "cunha" e/ou factores partidários/de simpatia clubística diversa).
Isto na Saúde....
Nas outras áreas, que não domino, vejo obrigarem-me a pagar por um sistema público de ensino que não uso porque não presta nem serve o interesse dos meus filhos (que é o de aprenderem) nem o dos seus pais (e que devia passar por deixá-los trabalhar, por exemplo), pelo que tenho que voltar a pagar um privado.
Vejo investirem em estradas portajadas por consórcios de respeitabilidade duvidosa, em TGV's, em aeroportos, em estádios de futebol, em canais de televisão, em empresas de enigmática "utilidade pública" (para lá da de nos sorverem o dinheiro), e vejo-os fazerem isso tudo como se o dinheiro fosse deles, como se o dinheiro caísse do céu, e não fosse NOSSO, do povo que cede parte do seu rendimento mensal para financiar este disparate com o qual nos habituamos a conviver, e que é o Estado.
Por isso, caros amigos, estou definitivamente rendido ao "Ultra-Liberalismo", no sentido de deixar de haver um Estado sorvedor do nosso dinheiro, e que depois o redistribui nestes investimentos ruinosos que não servem nada nem ninguém para lá dos interesses obscuros de uns quantos boys e girls que por lá se encontram (e que não têm obviamente interesse nenhum em mudar este estado de coisas...).
Admito pois que o Estado deve ser muitíssimo menos gastador (os nossos impostos devem ser reduzidos a <25% do que representam actualmente nas receitas daquele), e muitíssimo mais um mero regulador das regras fundamentais por que se devem reger os privados (a começar, evidentemente, pela Universalidade dos Cuidados de Saúde, que acredito que seriam prestados com mais qualidade -e critério- aos cidadãos, a um custo muito menor, que o sistema "gratuito" de hoje, que de gratuito, evidentemente, não tem nada...).
O problema é que, em Portugal, não tenho partido....