terça-feira, 30 de janeiro de 2007

IVG? Nada contra, em termos de conceito de "vida fetal". Nesse campo entram as convicções pessoais, e a minha é a de que o direito à vida começa quando a vida independente é viável (ou seja, nunca antes das 20 e tal semanas). Desde que os direitos do pai biológico sejam respeitados (ou tem uma palavra a dizer, se for caso disso, e se disser não a mulher não aborta; ou não tem uma palavra a dizer, e se disser não desvincula-se das responsabilidades imputáveis a um pai biológico nos dias de hoje). Desde que não implique o recurso ao SNS. Porque a gravidez é da responsabilidade dos... responsáveis. E não de todos nós (há meios eficazes de a evitar). Logo, o aborto em estabelecimento próprio deve ser exclusivamente do encargo de quem não tomou as devidas precauções. Porque há listas de espera, e estamos a falar de Ginecologia e Obstetrícia, para cirurgias a neoplasias da mama, do útero, dos ovários, e para uma série de outros procedimentos que, até estarem assegurados a todas que delas precisam (e estamos a falar de situações que não decorrem de outra coisa senão a fatalidade da doença...), não devem nunca ser ultrapassadas por aquilo que é consequência de um acto irreflectido. É da mais elementar justiça. Logo, abortos voluntários dentro do prazo, para já não. É mais ou menos essa, a posição deste blog.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Juramento dos Hipócritas - Post 1

Este é um post estreante. Juramento dos Hipócritas, em defesa dos que o não são, entenda-se. Isto para que se desiludam desde já os que julgam vir a encontrar aqui um blog anti-médico ou algo dentro desse género. Mas que os há, há, e denigrem uma classe maioritariamente altruista, trabalhadora, e servidora do público o melhor que sabe, e sabe muito. São diversas estatísticas que o mostram. São muitos? Nem tantos? Certamente demais. E aqui vou escrever na tranquilidade do anonimato, um pouco sobre tudo aquilo que me for apetecendo, conforme a disposição do momento. Hipócritas são, por exemplo, os que julgam poder diferenciar a eficácia de um medicamento empiricamente. A Medicina é uma ciência, rege-se pelos seus preceitos, e é aberrante ouvir-se um médico recusar-se a prescrever um genérico porque "acha" que a sua eficácia é menor, relativamente a um medicamento de marca x. Cabe ao Infarmed zelar pela eficácia dos fármacos que comercializa ou deixa comercializar. Aos médicos cabe prescrever o nome da substância que quer, na dosagem que quer, na forma galénica que quer e na quantidade que quer. Apenas. Sob pena de, com toda a propriedade, se levantar a lebre da excessiva promiscuidade desses com a indústria farmacêutica. Hipócritas são, por exemplo, os que recusam o controlo de horários por meios eficazes, com o pretexto de tal ir "prejudicar o doente", ou do exercício da profissão não se coadunar com tal controlo. Quem cumpre horário nada tem a temer. É pois uma vergonha para uma grande parte da classe esta tomada de posição das instituições que a "representam". São inaceitáveis certas promiscuidades entre o público e o privado, demasiado frequentes. São inaceitáveis certos vícios de funcionamento das instituições públicas, que permitem que lado a lado convivam os que trabalham e se esforçam, com os que nada fazem. Sem os primeiros serem recompensados nem os últimos penalizados. (...) Isto é uma amostra, agora vou-me deitar.